Activision Blizzard é processada por cultura tóxica contra mulheres
By - Marcelo Rodrigues, 22 julho 2021 às 13:36
A Activision Blizzard parece estar seguindo os passos da Riot Games há alguns anos, mas não pelos motivos certos. A gigante dos games está sendo acusada pelo governo da Califórnia de promover uma cultura tóxica e extremamente prejudicial às mulheres.
As informações foram levantadas pela Bloomberg com base em um processo movido contra a empresa pelo Departamento de Trabalho Justo e Habitação do estado (DFEH, na sigla original).
Ambiente tóxico
Segundo o documento, o DFEH apurou ao longo de cerca de 2 anos de investigação que a Activision Blizzard criou uma cultura que beneficia os homens e incentiva o comportamento machista em detrimento de um ambiente mais diverso e seguro para as mulheres.
Apenas 20% da força de trabalho da empresa seria composta de profissionais femininas, com esse número sendo reduzido em posições de liderança e ficando cada vez menor conforme se sobe a pirâmide corporativa da companhia.
Elas também teriam salários menores que homens ocupando a mesma posição, seriam promovidas de forma mais lenta e sofreriam com demissões mais repentinas que o público masculino. Mas isso não é tudo de acordo com o levantamento do DFEH.
Cenas absurdas
Para o órgão californiano, a Activision Blizzard fomentou um ambiente que “incentiva o assédio e a discriminação contra as mulheres”. O RH e a liderança da empresa teriam sido complacentes ou ignorado episódios envolvendo abusos e outros casos graves.
O documento revela que, rotineiramente, as mulheres no escritório são submetidas a uma “brincadeira” na qual homens bêbados invadem os cubículos alheios para assediar ou agarrar as funcionárias da empresa.
Profissionais negras também seriam discriminadas, sofrendo com microgerenciamento de seus superiores, tendo que se justificar mais que os pares homens em pedidos de folga e recebendo avaliações negativas durante o período de licença-maternidade.
O DFEH ainda falou do caso gravíssimo de uma funcionária que teria cometido suicídio em uma viagem a trabalho com seu chefe homem, que havia levado brinquedos sexuais para o local. Antes disso, ela teria tido nudes compartilhados durante uma festa da empresa.
Actvision Blizzard nega
Em comunicado a diversos veículos de imprensa internacioais, a Actvision Blizzard não só não reconheceu as consequências dessa cultura tóxica, como também negou todas as acusações e disse que a ação movida contra ela é “irresponsável”.
Para a empresa, os casos usados como exemplo são imprecisos, distorcidos ou falsos, e que “o quadro pintado pelo DFEH não é o ambiente de trabalho da Blizzard de hoje”. A companhia afirma que tem se comprometido com a diversidade e equidade nos últimos anos.
Por fim, a dona de Call of Duty, Overwatch, World of Warcraft e outros jogos dispara que a atitude da DFEH com essa investigação é fruto de “burocratas do estado” e algo que vem fazendo com que grandes negócios comecem a deixar a Califórnia.
Vale lembrar que a Riot Games, quando foi acusada de práticas semelhantes, reconheceu seu erro e se comprometeu a mudar completamente sua cultura dali em diante.
Fonte: Engadget
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