Chia: saiba tudo sobre a mineração da nova criptomoeda
By - Luiz Nogueira, 14 maio 2021 às 19:08
Desde que foi anunciada, a Chia chamou bastante atenção dos investidores de criptomoedas. Isso porque o ativo pode ser minerado usando HDs e SSDs – ao contrário do bitcoin, por exemplo, que exige uma placa de vídeo para tal fim.
Esse anúncio fez com que houvesse uma grande procura pelos equipamentos necessários para começar a trabalhar com a Chia. Por conta disso, alguns fabricantes chineses começaram a projetar escassez desses componentes em breve.
O movimento se potencializou ainda mais quando a Chia começou a ser negociada no começo de maio. Estimativas apontavam que seu preço poderia ser de US$ 20. No entanto, o valor inicial de negociação foi de quase US$ 1.600.
Isso chamou a atenção de muitas pessoas que acreditavam na ideia de conseguir entrar no mundo das criptomoedas com um investimento relativamente baixo que é a compra de um HD ou SSD.
No entanto, como divulgado recentemente, alguns SSDs começaram a apresentar problemas ao serem utilizados para minerar a criptomoeda Chia. A questão, é claro, está ligada ao número de escritas realizadas, que pode acabar com o equipamento em pouco tempo.
Isso porque não é qualquer HD ou SSD que pode ser usado para minerar a Chia. Essa questão foi abordada em uma publicação do site My Drivers. No texto, é revelado que a vida útil desses equipamentos é drasticamente diminuída se usados para mineração.
Em um teste, foi mostrado que, quando usado para mineração, um SSD de 512 GB pode chegar a escrever aproximadamente 256 TB de dados em apenas 40 dias. Ainda com informações do site, os SSDs de 1 TB e 2 TB estariam com uma vida útil de 80 e 160 dias, respectivamente.
Vale citar que, em um período de “utilização normal”, usuários escrevem cerca de 20 GB de dados em um dia.
Considerando as possíveis novas aplicações dos HDs e SSDs, alguns fabricantes estão tentando desencorajar os consumidores a utilizarem os dispositivos para esse fim. Uma fabricante chamada Galax, por exemplo, emitiu um comunicado dizendo que, caso consumidores utilizassem os SSDs da marca para mineração de criptomoeda, a garantia do produto seria anulada.
Em contrapartida, a TeamGroup anunciou um SSD em modelos de 1 TB e 2TB voltado para mineração. O mais interessante é que a empresa promete uma garantia de 12 anos nesses equipamentos, o que é bem acima da média.
Por isso, não são todas as capacidades que podem ser utilizadas para mineração de Chia. Especialistas recomendam equipamentos com grande capacidade de armazenamento, já que o sistema de mineração da criptomoeda exige a criação de um arquivo temporário que, quando terminado, é copiado como definitivo.
Mesmo assim, vale a pena se atentar ao que já foi citado em relação à vida útil dos equipamentos. Como tudo não passa de especulação – e não se sabe se a Chia terá o retorno desejado -, deve-se ter cuidado com altos investimentos em uma tecnologia nova e que não se tem garantia de que se torne tão valiosa quanto um bitcoin.
Chia: mineração econômica?
A criptomoeda chamou a atenção porque utiliza o espaço disponível em disco para mineração. Apesar de ser mais econômico do ponto de vista do consumo de energia – isso se comparada com bitcoin, por exemplo -, deve-se pesar se fazer com que um SSD tenha sua vida útil drasticamente diminuída no processo será igualmente benéfico.
Isso porque, além da escassez de HDs e SSDs, o preço desses equipamentos disparou nos últimos tempos, seja pela alta procura ou pela falta de componentes para fabricação por conta da pandemia.
No caso das criptomoedas que já estão no mercado, por utilizarem placas de vídeo no processo, seu consumo de energia é acima do normal. Por isso, um investimento bastante alto é necessário para que o projeto dê retorno. Por isso a Chia é algo tentador, mas que exige cuidado antes que um investimento significativo seja feito.
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