A Google resolveu fazer uma revelação bombástica nesta segunda (2): anunciou não só dois novos smartphones da linha Pixel, mas também o primeiro chip produzido pela empresa desde que entrou no ramo de hardware da indústria mobile.

O anúncio duplo – ou será triplo? – faz todo sentido, já que os produtos fazem parte do mesmo ecossistema móvel da marca e são frutos de um esforço da Gigante das Buscas em levar seus dispositivos móveis a um novo patamar.

Afinal, os vindouros Pixel 6 e Pixel 6 Pro trazem o system-on-chip (SoC) Tensor como o cérebro de todo o sistema. Segundo o CEO da companhia, Sundar Pichai, o processador integrado é fruto de 4 anos de trabalho e 20 anos de experiência no mercado.

Google Tensor

Não se engane, a dupla de celulares da linha Pixel 6 está longe de chegar. Na verdade, não há nenhuma informação sobre prazo, preço ou praças nos quais os aparelhos serão lançados – o que torna o anúncio-surpresa ainda mais inusitado.

Fica claro, então, que o foco da Google é mostrar um pouco do potencial do chip desenvolvido por seus engenheiros, que promete entregar algo que o hardware de parceiros como a Qualcomm, supostamente, não conseguia: performance de ponta em IA.

Sim, a Inteligência Artificial parece ser o foco absoluto do novo SoC. Segundo o Engadget, o próprio nome do componente vem da plataforma de código-aberto de machine learning da casa, o TensorFlow, e as unidades de processamento Tensor (TPUs) são baseadas nos chips utilizados nos data centers da empresa.

A ideia é potencializar quase tudo que a Google já fazia via algoritmos e software em seus smartphones, como a capacidade de processamento de imagens que tornava as câmeras da linha Pixel algumas das melhores do mercado. “Queremos fazer coisas que eram impossíveis de se fazer em SoCs tradicionais”, explica Rick Osterloh, líder de hardware da empresa.

Fotografias perfeitas

O aspecto fotográfico, aliás, parece ter ganhado ainda mais destaque na dupla Pixel 6 e Pixel 6 Pro. Na parte externa, dá para ver que espaço dedicado às câmeras é bem mais espaçoso nos novos aparelhos, embora a companhia ainda não tenha revelado especificações de sensores e lentes.

Tensor: chip da Google para Pixel 6 e 6 Pro tem foco total em IA

Reprodução: Google

Osterloh, no entanto, explica que isso não bastaria para fazer um upgrade considerável nas fotos: a mudança também é interna, com ajuda do Tensor, é claro. Como os chips convencionais não são feitos com IA e aprendizado de máquina em mente, era difícil otimizar alguns recursos, o que limitava bastante o time.

A Google acredita num conceito de computação ambiente, com dispositivos e sensores conectados a todo o momento, e o smartphone está no centro de tudo. Então, a proposta do Tensor é livrar o hardware de qualquer amarra que impeça a Gigante das Buscas de atingir essa visão.

Com o novo processador, então, fica mais fácil rodar algoritmos de machine learning em tempo real para capturar uma foto com múltiplas configurações e unir tudo na sequência para obter o melhor resultado, com a menor chance de tremidas.

O céu é o limite

O Tensor também habilita novas capacidades computacionais para a gravação e processamento de vídeos, como o uso de aplicação inteligente de HDR para lidar com situações extremas, seja na escuridão intensa ou com o sol atingindo diretamente a lente do celular.

Toda a parte de reconhecimento e reprodução de voz também foi reformulada para os novos Pixel e para o SoC recém-anunciado, com um conjunto de APIs que entende tom, contexto e comando dados por áudio sem se confundir.

De quebra, também será possível obter legendas e traduções automáticas para qualquer material em som ou vídeo sendo reproduzido no aparelho, mesmo se o conteúdo original não oferecer essa funcionalidade. Ou seja, o Tensor faz tudo em tempo real para você.

Tensor: chip da Google para Pixel 6 e 6 Pro tem foco total em IA

Reprodução: Google

Agora, resta saber quando imprensa, desenvolvedores e público vão poder colocar as mãos em todas essas novidades. A Google diz que deve soltar mais informações em breve e que a escassez no mercado de semicondutores não deve afetar seu lançamento, mas isso só o tempo dirá se isso é verdade ou não.

Fonte: Engadget

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