Japão está pronto para abandonar disquetes e CD-ROMs
Apesar da existência do armazenamento em nuvem e outras mídias mais confiáveis, governo do Japão ainda usa formato inventado nos anos 1970By - Rafael Arbulu, 1 setembro 2022 às 12:55
Acredite se quiser: uma das nações mais tecnologicamente avançadas do mundo ainda usa disquetes e CD-ROMs para armazenamento de coisas aparentemente bem importantes. Segundo o jornal Nikkei Asia, o Japão está finalmente prestes a abrir mão destas mídias em favor de formas, digamos, mais modernas de armazenar e transportar documentos.
O disquete, para vocês sem cabelos grisalhos ou calvície evidente, é uma mídia removível inventada em 1973 – nos EUA, ela é conhecida como floppy disk. Para os mais novos, ela se chama “ícone do ‘Salvar como’ do PC”. Ela se provou um formato de armazenamento tão eficiente (para a época) que foi globalmente adotada, e como todo aparato tecnológico, foi ganhando atualizações até a chegada do CD-ROM, em 1984. Respectivamente, eles seguravam incríveis 1,14 MB (sim: “um-vírgula-quatorze”) e entre 124 MB e 700 MB de dados.
O blog KaBuM! aposta que o primeiro vídeo gravado pela câmera do seu celular tem pelo menos o dobro disso.
Segundo disse o Ministro de Assuntos Digitais do Japão, Taro Kono, porém, já é hora de parar:
“Onde é que você compra disquetes hoje em dia? Nós vamos mudar essa regra prontamente.”
A medida vem de uma revisão de práticas feitas pela pasta ministerial, que encontrou cerca de 1,9 mil processos que ainda exigem – sim, exigem – o armazenamento de documentos importantes em mídias obsoletas (vide o disquete).
Isso não é tudo: o time por trás da revisão de práticas se reuniu na última terça-feira (30 de agosto) e confirmou ter encontrado processos que usavam, obrigatoriamente, outras mídias tão antigas quanto, como Laserdiscs, fitas K7 e até fitas VHS para vídeos.
A fim de resolver essa situação de uma vez por todas, o governo da nação asiática sancionou a formação de uma força-tarefa que vai criar políticas de adoção de tecnologias de armazenamento em nuvem, bem como backups em mídias físicas mais contemporâneas, como, pendrives, HDs e SSDs portáteis que, no mínimo, sustentam muito mais bytes que disquetes ou CD-ROMs.
Com isso, o ministério responsável espera digitalizar partes mais importantes do governo que ficaram para trás.
O Japão não é o único a usar disquetes e CD-ROMs
Apesar de ser um formato completamente obsoleto – hoje, praticamente ninguém fabrica essas mídias -, o armazenamento em disquetes e CD-ROMs não é algo exclusivo do Japão.
Uma pesquisa rápida no Google nos revela que vários aviões comerciais – como o 747 da Boeing – ainda usam disquetes e 3,5 polegadas para rodar softwares de aviação. Algumas atribuições militares também fazem uso da mídia e, pasme, usinas nucleares não só têm vários disquetes à mão, como também usam cartões físicos de ponto (do tipo que você fura em uma máquina mecânica).
Tecnicamente, ainda é possível usar essas mídias no ambiente comercial: em várias plataformas de e-commerce globais, é possível adquirir leitores especializados por valores bem baratos – a própria Amazon tem unidades de leitura vendidas a preços que vão de R$ 130 a R$ 350, compatíveis até com computadores com Windows 11 via conexão USB.
Já os disquetes, é possível encontrar caixas com 10 unidades vendidas a preços entre R$ 10 e R$ 150.
Via Nikkei
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