[Review] ChromeOS Flex revive PCs antigos com maestria
O ChromeOS Flex é uma ótima opção para reviver PCs antigos, mas o seu uso fica destinado para atividades simples. Confira o que achamos em nosso review!By - Alvaro Scola, 22 julho 2022 às 16:03
O Google liberou recentemente o ChromeOS Flex, uma versão modificada do seu sistema para Chromebooks com a promessa de dar uma nova vida a notebooks comuns um pouco mais antigos. O sistema operacional, é claro, se difere bastante do que vemos no Windows ou MacOS, mas pode ser uma opção para quem quer um pouco mais de performance sem gastar.
O blog KaBuM! resolveu testar o ChromeOS Flex em um notebook de 2013-2014, que sequer conta com um SSD, para realizar atividades simples, conhecer mais o sistema operacional e saber se realmente dá para utilizá-lo no dia a dia. Confira o que achamos!
Notebook utilizado nos testes
Para os testes, o notebook escolhido conta com as seguintes configurações:
- Processador i7-4710MQ
- 8 GB de memória RAM
- HD de 500 GB
- Placa de vídeo GTX 850m
Além do notebook, também realizei testes em um PC mais antigo com um processador i5 2500, 8 GB de memória RAM, HD mecânico e placa de vídeo integrada. No mesmo, o sistema também apresentou uma performance boa, mas os testes para este review, dos quais entramos em mais detalhes, foram feitos com o notebook.
ChromeOS Flex tem instalação facilitada
O blog KaBuM! já ensinou como é feita a instalação do ChromeOS Flex e considera a experiência positiva até mesmo para quem não tem muita experiência com a instalação de outros sistemas operacionais.
Apesar do processo de download ser um tanto quanto confuso, após iniciar o computador com o pendrive, o sistema operacional já pode ser testado sem a necessidade de ser instalado. Já para quem optar por sua instalação, basicamente, é necessário fazer apenas o login com o seu e-mail do Gmail.
Feito isso, o ChromeOS Flex será o único sistema operacional do PC, ou seja, não há o suporte, ao menos oficialmente, para fazer um dual boot. Já por conta de usar o e-mail, até mesmo a parte de “configurar a senha” não existe, a não ser que você crie um endereço novo.
Outro ponto positivo a ser ressaltado é que nenhuma instalação de driver precisa ser feita. Inclusive, até fui surpreendido quando o ChromeOS Flex detectou o Bluetooth deste notebook, que já precisou ser instalado manualmente em algumas versões mais antigas do Windows 10.
ChromeOS Flex melhora, e muito, o desempenho
Um dos grandes diferenciais do ChromeOS Flex fica por conta do mesmo dar preferência a instalação de PWAs, aplicativos que são na verdade uma página da web sendo executada com uma interface diferente para se parecer com um programa comum. Assim, basicamente, tudo é executado a partir do Chrome, que já vem pré-instalado e é o “motor” do sistema, e da internet.
Em meus testes, em um notebook que tem 8 GB de memória RAM com um HD mecânico, a performance do Chrome foi muito superior à que eu tinha no Windows 10. Com aproximadamente 10 abas abertas, o Chrome utilizou aproximadamente 700 MB de memória RAM (muito menos do que no Windows 10 que passava de 1 GB) e não apresentou qualquer lentidão.
Ainda para testar o limite de estabilidade do sistema operacional rodando neste notebook, até cheguei a abrir 10 abas no navegador em conjunto com o PWA do YouTube Music, mas ainda assim não tive qualquer sinal de travamento ou lentidão.
Além do desempenho para atividades normais do dia a dia, ligar este notebook nunca foi tão rápido. A tela do login do ChromeOS Flex surge após 38 segundos, enquanto a parte principal do sistema (após o login) é carregada em questão de 12-13 segundos. Assim, pode-se dizer que o sistema já fica utilizável em menos de 1 minuto, tempo que considero ótimo ao rodá-lo a partir de um HD.
Quando ainda usava o Windows 10 no notebook, o sistema operacional até poderia carregar rápido, mas passar da tela de login e deixar tudo normal para uso levava alguns minutos a mais. Não somente isso, como comentado anteriormente, travamentos e lentidão eram notados constantemente.
A experiência é bem diferente de um sistema convencional
A interface do sistema, a uma primeira vista, até pode lembrar o que vemos no Windows com direito até mesmo a um “menu Iniciar”. Entretanto, ao começar a usar o sistema é possível notar as diferenças, como não poder adicionar ícones a “Área de Trabalho” e o número limitado do que pode ser personalizado no menu Iniciar, que conta até mesmo com, é claro, uma “busca do Google”.
Já na parte de notificações, acessada ao clicar no “relógio”, o acesso a funções úteis, como desabilitar o Wi-Fi e Bluetooth, é realizado. Ali o ChromeOS Flex quase que esconde também mais ferramentas, como uma para a captura de telas e um modo noturno para forçar menos a vista.
A “Estante”, por sua vez, funciona de forma similar a Barra de Tarefas, mas sem animações e quase sem opções de personalização. Felizmente, ainda é possível adicionar mais atalhos a mesma e trocar a sua posição na tela.
Como explicado anteriormente, por usar PWAs e o Chrome para basicamente tudo, o ChromeOS Flex oferece uma experiência bem diferente do que as pessoas veem, por exemplo, no Windows, MacOS ou até mesmo no Linux – que é parte do motor do ChromeOS).
Essa diferença pode ser vista, por exemplo, em pequenas tarefas. Por padrão, você pode criar um documento no “Documentos do Google”, mas esse arquivo não será salvo localmente a menos que uma cópia seja feita pelo serviço de forma manual.
Apesar desse detalhe do arquivo ficar na nuvem por padrão, é possível acessar alguns serviços do Google, como o próprio Documentos, sem precisar da internet. Então, o documento só será salvo de verdade na nuvem quando a conexão for restabelecida.
Mesmo sendo focado na nuvem, ao conectar um pendrive ou outro dispositivo de armazenamento, é sim possível guardar arquivos no ChromeOS Flex. Para isso, o sistema vem com um aplicativo chamado “Arquivos”, que é bem mais simples do que um “Explorador de Arquivos do Windows”, mas que cumpre a sua função.
A instalação de novos aplicativos, por sua vez, é o alvo de minha crítica, mas que tenho uns adendos a fazer mais adiante. Por padrão, o usuário é incentivado a fazer o download de extensões para o Google Chrome ou de PWAs, algo que limita o que pode ser feito no sistema.
Por exemplo, enquanto sites podem oferecer soluções para tarefas simples, quem for usar o computador para outras atividades mais complicadas pode não achar algo que atenda suas necessidades.
Do lado positivo, vale notar que o ChromeOS Flex permite que arquivos nos formatos mais convencionais sejam abertos, como com as extensões .ZIP, .MKV e outros. Em alguns casos, entretanto, os arquivos abrem apenas parcialmente, como um vídeo sem som devido a falta de codecs.
ChromeOS Flex também pode ter “uso avançado”
Apesar de focar na simplicidade e deixar os usuários prontos para realizarem tarefas mais comuns, o ChromeOS Flex não deixa de ser um Linux em sua essência. Inclusive, aplicativos feitos para o Linux podem ser instalados nele, mas uma configuração é necessária para isso.
Através do seu menu de “Configurações”, o chamado “Ambiente de desenvolvimento do Linux” pode ser instalado, que requer um novo download. O processo de instalação do ambiente é simples, entretanto, os aplicativos, ao menos os primeiros, ainda precisam ser baixados via linha de comando.
O review não se aprofundará muito nesta parte, entretanto, é importante falar sobre a mesma. Graças a esse ambiente é possível instalar lojas de aplicativos do próprio Linux e aplicativos gratuitos, como VLC ou a suíte LibreOffice, que aumentam o leque de possibilidades do que pode ser feito com ChromeOS Flex.
O desempenho dos programas, neste caso, é claro, depende muito do PC sendo utilizado. Além disso, apesar de eu não ter sentido uma performance inferior após ter instalado a “parte Linux”, é notório que o ChromeOS Flex consome menos recursos rodando os seus aplicativos nativos e PWAs.
ChromeOS Flex não é tão completo quanto ChromeOS
O ChromeOS Flex, quando comparado ao Chrome OS, tem a grande vantagem de poder ser instalado em qualquer computador. Entretanto, a verdade é que existem diferenças entre os dois sistemas, apesar de ambos terem a mesma interface e usabilidade.
Um dos recursos dos quais mais senti falta no ChromeOS Flex foi o fato de não poder instalar aplicativos do Android, uma vez que o mesmo não vem com a Google Play. Ainda assim, outros serviços da Google Play, como o Google Play Filmes e Livros, estão presentes e podem ser acessados pelo Chrome.
O Google também explica em sua página de suporte que os Chromebooks possuem um chip de segurança para garantir que um hardware é seguro. Não somente isso, assim como o Windows 11, o Chrome OS também faz uso do TPM para deixar dados encriptografados.
O suporte ao Linux, o qual comentamos anteriormente, também varia e pode não funcionar em todos os computadores. Não apenas isso, vale notar que o Linux funciona um pouco diferente de uma distribuição comum por aqui, por exemplo, ao limitar o acesso a arquivos e pastas do sistema.
Conclusão
O ChromeOS Flex é um sistema bem interessante que consegue realmente extrair um desempenho surpreendente de máquinas mais antigas. A sua interface e usabilidade pode até ser considerada simples, o que é algo positivo, mas requer um pouco de adaptação do usuário.
Apesar desse ponto positivo, o uso do sistema para o dia a dia pode não ser recomendado para todos. Enquanto algumas funções mais complexas podem ser adicionadas manualmente, por padrão, os usuários do sistema ficam mais restritos a atividades simples e ainda dependem da conexão com a internet para que tudo funcione melhor.
Comentários
Pablo
Longe da realidade esse antigo é novo para nós brasileiros, quando fala antigo penso que é uma máquina ddr2 com processador Celeron ,aton ou algum outro de 1 nucleo6