A revista Playboy está de volta, agora em forma de ‘OnlyFans’: entenda
Marca que publicava ensaios de nu artistico feminino anuncia retorno com o site Playboy.com, cobrando assinatura por conteúdos exclusivosBy - Rafael Arbulu, 14 março 2023 às 16:12
Depois de fechar as portas em definitivo em 2020 (e efetivamente matar a holding que publicava a marca no Brasil), a Playboy está de volta. A icônica marca que publicava ensaios de nu artístico feminino nas páginas de sua revista homônima confirmou o retorno, agora como uma plataforma digital com cobrança de assinatura em troca de conteúdos exclusivos – uma clara abertura de concorrência ao OnlyFans.
A “primeira capa” deste novo formato será a influenciadora e modelo Amanda Cerny, que ficou famosa na época em que o finado app de vídeos curtos Vine estava em alta, entre as distantes eras de…2013 a 2017.
A plataforma em si se chama “Centerfold” – uma alusão ao que a versão brasileira chamava de “recheio”, ou seja, a atração principal daquela edição do mês – e foi de fato lançada no fim de 2022, em caráter de beta: a rapper Belcalis Marlenis Almánzar (a popularíssima “Cardi B”) foi divulgada como embaixadora na ocasião. A nova edição da revista vem para alavancar usuários à plataforma em si.
Embora a Playboy não tenha se comprometido com uma data, ela assegurou que tudo deverá sair de forma definitiva ainda neste ano de 2023. O New York Post conseguiu acesso exclusivo à primeira edição, que diz que a Centerfold será “uma opção segura, elevada e exclusiva” ao OnlyFans.
Ah, e a marca não vai mais se referir às modelos como “Coelhinhas”, uma alcunha eternizada pela época de quando a Playboy estava sob controle de seu fundador, Hugh Hefner (1926 – 2017). Elas agora serão referidas apenas como “criadoras”.
Ainda não está muito claro como vai funcionar o modelo de negócios do novo produto: o OnlyFans tem uma diretriz bem simples – a empresa oferece a plataforma tecnológica, as criadoras de conteúdo entram com…bem, o conteúdo. O OnlyFans tira um percentual dos lucros para ele e o restante, por meio de assinatura, fica para a autora.
No caso da Playboy, a revista afirmou que o modelo de assinatura do Centerfold permitirá às criadoras “captar novos assinantes”, mas não há detalhamento sobre como será o repasse monetário do serviço. Mais além, a Playboy sempre foi uma plataforma que trabalhava exclusivamente com modelos femininas – embora esse seja um dos carros-chefe do OnlyFans, a empresa também aceita modelos masculinos e de outros gêneros.
Ademais, nem só de sexo vive o OnlyFans: uma rápida consulta ao blog oficial da empresa revela criadores do ramo musical, poetas e até personal trainers que usam o serviço de assinatura para vender planos exclusivos onde, no mínimo, todo mundo nos vídeos está vestido. E o próprio OnlyFans promove esses criadores, numa tentativa de se desvencilhar da imagem de “plataforma de sexo” que adquiriu ao longo dos anos.
O que se sabe, no entanto, é que o Centerfold não permitirá conteúdo explícito: em termos diretos, você não verá ninguém fazendo sexo na plataforma. “Muitos de nossos criadores não têm nudez em suas páginas”, disse um porta-voz da marca. “Ainda que nós permitimos a nudez, não aceitamos conteúdo explícito/ppornografia… Não estamos nos posicionando como uma ‘plataforma adulta’ — ela é para todos, incluindo criadores mainstream que queiram apenas compartilhar cenas mais íntimas de suas vidas.”
“Para todos”, é importante ressaltar, que tenham mais que 18 anos, ok? Ok.
Não é a primeira vez em que Amanda Cerny figura nas páginas da Playboy: em 2011, seu ensaio lhe rendeu mais de US$ 1 milhão (R$ 5,25 milhões) de cachê. Em um comunicado sobre o novo material, ela disse:
“Uma criadora da Playboy é alguém capaz de abraçar a sua criatividade, a sua sexualidade, e expressá-las de forma livre e sem amarras. Eu estou ansiosa para compartilhar mais de minha jornada com muito conteúdo por trás das câmeras com os meus fãs no meu canal da Playboy.”
Vale lembrar que a própria Cerny tem uma página no OnlyFans – e é uma das criadores de conteúdo mais populares da marca. Até agora, nem ela, nem a Playboy esclareceram o que deve acontecer com o seu conteúdo na plataforma concorrente.
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