Cuidado com o golpe do “celular provisório” no WhatsApp; saiba como se proteger
Fraude usa informações pessoais para enganar familiares e amigos no mensageiroBy - Renata Aquino, 8 dezembro 2021 às 15:01
Um novo golpe tem crescido no crime digital nos últimos tempos: o golpe do “celular provisório” no WhatsApp. O fraudador utiliza uma linha de celular semelhante à sua (com o mesmo DDD, por exemplo) e com sua foto para alcançar seus familiares e amigos e solicitar alguma quantia para uma “emergência”.
O alerta foi dado pela plataforma de proteção a identidades digitais AllowMe, que identificou o crescimento da fraude em sua base de dados. A empresa tem 60 milhões de dispositivos móveis cadastrados.
“Nesse golpe, o fraudador tem informações relevantes como, por exemplo, o grau de parentesco da pessoa que ele está em contato” diz Fernando Guariento, head de Professional Services do AllowMe.
Uma das formas mais comuns de aproximação do golpista é dizer que o telefone dele quebrou e precisou comprar um novo chip para utilizar em um celular provisório. “Com essa desculpa, o fraudador pede uma transferência em dinheiro para alguma urgência, já que no novo equipamento o aplicativo do banco ainda não está autorizado a fazer esse tipo de transação”, comenta Guariento.
Esse golpe vem sendo aplicado com frequência no WhatsApp e, apesar de o número de telefone ser diferente, as pessoas se sentem confortáveis porque estão conversando com uma conta que possui a foto de quem diz estar falando e ainda as chamam pelo nome.
A fraude está relacionada com vazamentos de dados, os fraudadores estão se aproveitando de inúmeros vazamentos que ocorreram nos últimos meses. Para eles, é simples encontrar na internet o nome completo, telefone e até mesmo CPF, RG e e-mail de uma pessoa.
“Com esses dados é fácil encontrar alguma rede social. Temos o costume de marcar familiares e deixar explícito nas legendas das fotos qual o grau de parentesco com eles, e são com essas informações que o fraudador age”, completa o especialista.
Após fazer essa pesquisa, os golpistas simplesmente baixam uma foto e entram em contato para relatar uma emergência e pedir dinheiro – e a maioria acha que o telefone da outra pessoa foi clonado. Mas na verdade quem está ali, conversando com o fraudador, é quem teve os dados vazados.
“Quando o golpista consegue seus dados e faz uma pesquisa em suas redes sociais, ele não possui o telefone de seus pais ou irmãos, mas o seu. Portanto, ele verifica em seu perfil quem são as pessoas mais próximas e se passa por elas para aplicar um golpe em você”, finaliza.
Proteja-se do golpe no WhatsApp
Uma maneira de evitar o golpe é limitar a visualização das redes sociais. No Facebook você pode limitar para contatos apenas, no Instagram transformar sua conta em privada e no Whatsapp limitar a visualização da sua foto apenas para contatos. Esse é o primeiro passo para que os golpistas não consigam saber quem são as pessoas próximas. É muito provável, no entanto, que muitas pessoas não possam tomar essa decisão (como influenciadores digitais, por exemplo).
Existe ainda quem tenha as redes privadas e ainda assim caia no golpe. Isso ocorre porque, provavelmente, o usuário acabou caindo em algum golpe (phishing) que deu acesso ao fraudador às suas contas, como do Google, por exemplo, o que deixaria possível ao golpista baixar todos os seus contatos (e assim saber quem é seu pai, sua mãe etc.).
Outro ponto importante é sempre desconfiar quando alguém pede dinheiro. Se um parente (ou alguém se passando por ele, inclusive com a foto) entra em contato e diz que teve um problema e precisa de dinheiro sempre cheque. Envie uma mensagem de WhatsApp para o número que você já conhecia, ligue via voz ou vídeo, peça para a pessoa mandar um áudio, ligue ou cheque em outras redes e até e-mail. Qualquer uma das alternativas pode ajudar a desmascarar o golpe.
Denuncie a conta criminosa
Para denunciar a conta criminosa, visualize o contato no WhatsApp e, ao final, você terá a opção de denunciar a conta. É possível também enviar o número para support@whatsapp.com e relatar o ocorrido.
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