Nova tecnologia de chips, construção de componentes para a Qualcomm, parceria com a Amazon e investimentos em negócios de fundição. Essas são as estratégias recém-anunciadas pela Intel para alcançar as rivais Taiwan Semiconductor Manufacturing Co (TSMC) e Samsung até 2025.

O projeto, na verdade, gira em torno de 2024: é neste ano que a big tech pretende inaugurar as tecnologias RibbonFET e PowerVia — que iniciam a era “Intel 20A” — para seus componentes.

Tecnologias da Intel

A primeira delas consiste em um novo tipo de transitor “gate-all-around”, capaz de oferecer velocidades maiores ao mesmo tempo em que atinge a mesma corrente de acionamento de várias aletas em um espaço significativamente menor.

Já a PowerVia, por sua vez, visa tornar os chips da Intel mais eficientes, uma vez que elimina a necessidade de roteamento de energia na parte frontal do wafer.

Junto dos anúncios, a gigante informou que vai fabricar chips para a Qualcomm utilizando a tecnologia de processo 20A. Não foram especificados quais produtos específicos serão produzidos ou quando, mas é quase certo que a parceria tenha início após os lançamentos marcados para 2024.

A empresa também fornecerá sua tecnologia de empacotamento para os data centers da Amazon Web Services (AWS), que segue como um dos focos da empresa.

Isso sem contar, é claro, os cerca de US$ 20 bilhões que serão investidos em duas fábricas no Arizona para intensificar a estratégia IDM 2.0 e dar suporte à fabricação de chips.

“Com base na liderança inquestionável da Intel em empacotamento avançado, estamos acelerando a estratégia de inovação para garantir nossa liderança de performance e processo em 2025”, explicou Pat Gelsinger, CEO da Intel.

CEO da Intel, Pat Gelsinger

Estratégias foram anunciadas pelo CEO da companhia no evento Intel Accelerated. Foto: Intel/Divulgação

Tempestade antes da bonança

Para alcançar esses objetivos, a companhia vai passar por um momento turbulento. Isso porque a Intel já se prepara para enfrentar problemas de distribuição e admite que o fornecimento de seus processadores será escasso, principalmente nos próximos três meses.

“A escassez de oferta [dos processadores] deve continuar por vários trimestres, mas ela parece ser particularmente grave para os clientes no terceiro trimestre”, afirmou George Davis, CFO da Intel.

Por conta disso, a big tech deverá priorizar, em um primeiro momento, a fabricação de processadores mais potentes, principalmente os utilizados em data centers — que não só geram maiores receitas como também figuram em grande parte dos contratos aos quais a gigante está vinculada.

Já para os últimos três meses deste ano, a perspectiva deverá ser um pouco melhor. A Intel pretende adotar ações para intensificar a produção de componentes necessários para seus produtos.

“No quarto trimestre, faremos tudo o que for possível para ajudar nossos parceiros a aumentar seu fornecimento, incluindo terminar parte de sua fabricação em nossas próprias instalações, algo que poderíamos fazer como um IDM”, completou Davis.

Fonte: Engadget

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