Em 1969, seria difícil imaginar que a internet chegasse ao ponto em que está hoje. E, bem, se existe alguém que deve ser parabenizado ao longo desta trajetória é o físico Tim Berners-Lee: afinal de contas, foi ele o responsável por criar o World Wide Web — o famoso “www” —, que completou seu 30º aniversário na última sexta-feira (6).

Sim, é verdade que o código-fonte capaz de vincular informações entre diferentes computadores surgiu em 1989, o que, segundo a matemática, resultaria em 32 anos de existência. No entanto, foram necessários mais dois anos para que sua versão pública fosse efetivamente lançada, juntamente do primeiro site baseado na World Wide Web.

História do World Wide Web

Em 1989, a internet ainda era restrita, já que seu uso era mais amplamente difundido por pesquisadores, acadêmicos e militares. Embora a tecnologia significasse algo bem avançado para a época, a dificuldade para trocar informações entre computadores era encarada como um grande empecilho.

Felizmente, em 6 de agosto daquele mesmo ano, o físico e cientista da computação Tim Berners-Lee resolveu criar uma espécie de banco de dados de hipertexto com links digitados.

Esse código-fonte, baseado no ENQUIRE — sistema desenvolvido para armazenar e reconhecer associações de informações —, resultou em um sistema capaz de integrar informações em hipermídia que podiam (e ainda podem) ser acessadas e executadas por meio da internet.

Ilustração da palavra "web" formada por diversas ferramentas auxiliares

Código da web criado por Lee direcionou os rumos da internet. Foto: britaseifert/Pixabay

Dois anos depois, em 1991, o World Wide Web finalmente veio à público com o primeiro site baseado no “www”. A página, criada por Lee, foi lançada na Organização Européia para Pesquisa Nuclear (CERN) e continha informações sobre o código que revolucionaria a história da internet.

Vale ressaltar que o primeiro site criado foi “perdido” momentaneamente. Isso porque, empolgados com o progresso e incapazes de mensurar o real potencial da web, os cientistas não arquivaram muitos dos elementos originais. Graças a um projeto de restauração, ele está novamente disponível e pode ser acessado por meio deste link.

Caminho para a internet

Talvez nem o próprio Tim Berners-Lee soubesse do impacto que o World Wide Web causaria no futuro. Mas basta olhar os números para comprovar como o código da web foi rapidamente aderido nos anos seguintes.

Em 1992, por exemplo, já haviam 10 sites na rede. Dois anos depois, em 1994, o número subiu para 3 mil. Já em 1996, haviam 2 milhões de sites no ar que foram beneficiados pelo surgimento do World Wide Web. Um deles, inclusive, era o Google, que anos mais tarde se tornaria o buscador mais famoso do mudo. A Amazon também já estava incluída neste grupo.

Já na análise dos dias atuais, a criação do físico britânico possibilitou que a internet se tornasse um centro de entretenimento, relacionamento social, comércio e o que mais imaginar. Até junho de 2021, foram registrados mais de 1,8 bilhão de sites, e o número deve crescer ainda mais, especialmente com a convergência tecnológica e o surgimento de outras inovações.

Ilustração de conectividade digital

Criação de Lee foi essencial para a conectividade digital dos dias de hoje. geralt/Pixabay

E querendo ou não, a modernidade do mundo contemporâneo também afetou o World Wide Web. Isso porque o código-fonte original, que sempre foi gratuito e livre de patentes, foi leiloado — incluindo registros, processo de criação e uma carta única de Lee — como NFT (token não fungível) no primeiro semestre deste ano por US$ 5,4 milhões.

Quem já nasceu em uma geração tecnológica e antenada ao meio digital talvez não reconheça a real importância de Lee (e do World Wide Web) para a história da internet. Mas não é necessário muito esforço para saber que, sem ele, o universo digital atual poderia ser completamente diferente.

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