Os entusiastas mais fervorosos da mineração de criptomoedas parecem dispostos a qualquer coisa para obter alguns bitcoins e sair no lucro durante a operação. Ao que parece, isso também inclui levar seu hardware para o Starbucks e minerar coins com a energia do local enquanto toma um bom café.
Pelo menos, é isso o que um morador de Los Angeles anda fazendo para mostrar como é possível “democratizar” esse tipo de atividade. O interessante é que ele não só demonstra zero preocupação em utilizar a rede elétrica da cafeteria, como compartilha sua ideia mirabolante no TikTok.
Um café e um bitcoin, por favor
Pois é, depois de uma investidora comprar uma usina elétrica só para montar uma fazenda de mineração – aquecendo um lago glacial no processo – e de terem desbaratinado uma operação com milhares de PlayStation 4 para a mesma finalidade, a moda parece ser usar as conveniências do Starbucks para tentar ganhar uma grana fácil com bitcoin.
A mente por trás dessa ideia inusitada é Idan Abada, um morador de Los Angeles que decidiu levar um minikit de mineração para a rede de cafeterias para mostrar que minerar não precisa ser sinônimo de armazéns lotados de computadores com GPUs caras.
Watch on TikTok
Em seus vídeos no TikTok, ele não parece preocupado em usar a energia elétrica do estabelecimento ou chamar atenção com seu setup. “Ninguém vai saber. Como eles saberiam?”, diz um áudio de fundo enquanto ele monta seu hardware e bebe café em um copo temático de bitcoin.
O equipamento utilizado pelo rapaz custa cerca de US$ 875 (pouco menos de R$ 4,5 mil) e consiste em um hub USB parrudo – e com sistema de resfriamento integrado – no qual é possível conectar pendrives com chips ASIC feitos especificamente para a mineração.
“Você só precisa de um computador ou laptop. Ele é alimentado via USB e é só isso. Todo mundo pode se tornar um minerador e parte do mundo das criptos”, explica Abada.
A conta: ela não fecha
No entanto, a motivação de Abada pode ser outra. Afinal, ele é o dono da empresa que produz e comercializa esses kits miniaturizados de mineração de bitcoins, e tem utilizado o hype nas redes sociais para vender o seu peixe.
A promessa de um equipamento acessível, móvel, silencioso e de fácil uso para quem quer entrar nesse mercado parece estar dando resultado. Segundo o entusiasta e empresário do setor, as vendas de sua empresa subiram 355% no último ano, totalizando ganhos de mais de US$ 428 mil (quase R$ 2,2 milhões).
Não se trata exatamente de um scam, já que os produtos vendidos por Abada realmente fazem a mineração de criptomoedas de uma forma semelhante às fazendas tradicionais. O problema é que eles são muito menos poderosos e não chegam a ser lucrativos.
De acordo com a CNBC, a capacidade mensal de geração de bitcoin do aparelho cruzado com o preço da energia elétrica local gera uma conta negativa para o minerador iniciante. A não ser que você use a eletricidade de terceiros, como a do Starbucks, o que traz outros tipos de dilemas morais e legais.