Entenda a popularização das criptomoedas no Brasil
By - Luiz Nogueira, 5 junho 2021 às 10:00
As criptomoedas ganharam o mundo nos últimos anos. Vira e mexe surge uma nova no mundo virtual. Claro, o movimento se repetiu no Brasil. Por aqui, segundo levantamento feito pelo Cointrader Monitor, o país registrou um aumento de 15,4% na movimentação de criptomoedas em maio em comparação ao mesmo mês no ano passado. Foram 52.595 bitcoins movimentados nos 30 dias.
Desse total, 19.267,83 Bitcoins foram movimentados pela Binance, a maior plataforma de criptomoedas do mundo. Esse total representa um aumento de 119% no mês de maio – em relação a abril deste ano.
Vale citar que os dados coletados pela Cointrader Monitor foram fornecidos por 33 das principais plataformas de criptomoedas que atuam no Brasil. Dentre elas, estão Binance, Brasil Bitcoin, Citcoin, ComprarBitcoin, Makes Exchange, MercadoBitcoin, NovaDAX e PagCripto.
Popularização e regulamentação das criptomoedas
Apesar de ser bastante popular por aqui – e inclusive reconhecido pela Receita Federal para fins de tributação -, o Bitcoin não conta com uma regulamentação própria.
Não há um prazo para isso ocorrer, mas é importante deixar claro que não é ilegal utilizar criptomoedas por aqui. A única questão é que não há muitas normas regulatórias – já que o Banco Central as reconhece como “arranjos de pagamento”.
Mas o Bitcoin não é a única moeda em alta por aqui. A recém-criada Chia também tem se tornado bastante popular, principalmente por ser uma criptomoeda minerada por meio de HDs ou SSDs – e não placas de vídeo como a maioria dos criptoativos.
Isso torna o investimento relativamente baixo e com promessas de retorno. Porém, é importante reforçar que pesquisas recentes indicam que minerar Chia usando peças comuns pode desgastar os equipamentos rapidamente por conta da alta taxa de escritura de dados.
Benefícios e importância das criptomoedas para o Brasil
Como destaca Gabriel Aleixo, Head de Pesquisa e Desenvolvimento de Negócios da Hathor, “em um momento de incerteza política e grande variação cambial, as criptomoedas podem representar a possibilidade aberta de se diversificar os investimentos em ativos independentes de governos ou entidades privadas em particular”. Isso porque são “projetos viabilizados por milhões de voluntários mundo afora, sem uma filiação específica”.
Além disso, a adoção das criptomoedas por aqui “vai positivamente ao encontro de iniciativas de inclusão financeira e simplificação no setor de pagamentos como o Pix. Se a plataforma do Banco Central já permite fazer pagamentos instantâneos a custos próximos de zero, 24 horas por dia e 7 dias por semana, algumas criptomoedas são capazes de estender a mesma capacidade inclusive para transações internacionais”.
Para o especialista, o mercado das criptomoedas aqui só tende a crescer. “Trata-se de um mercado que já superou a marca de 1 trilhão de dólares e tem crescido ano após ano, até mesmo os grandes bancos no Brasil (a exemplo de Itaú e Banco do Brasil) oferecem a seus clientes a possibilidade de investir em criptomoedas por meio de fundos de investimentos voltados a essa modalidade”.
No entanto, ele destaca que esse crescimento deve ocorrer de maneira diferente do que vemos atualmente, com as criptomoedas sendo usadas para outras finalidades. “Haverá um crescimento exponencial de utilizações para a tecnologia blockchain e os tokens nela criados, para além do uso particular como moedas digitais (criptomoedas). Espera-se cada vez mais o uso desse arcabouço técnico para registro digital de ações de empresas e direito de voto e participação em decisões públicas ou corporativas”, prevê Aleixo.
Cuidados com a “mineração caseira”
Por fim, o especialista alerta que, apesar de parecer um investimento tentador, a mineração caseira de criptomoedas deve ser evitada, já que “em 99% dos casos, investir em mineração não será uma opção rentável”.
“O caminho para inserção no mercado de criptomoedas é comprando os ativos digitais de preferência por meio de uma corretora de confiança, existindo dezenas delas em operação no Brasil. O trabalho dessas empresas é basicamente o de aproximar quem tem criptomoedas e quer vendê-las de quem tem reais e quer convertê-los para criptomoedas.”, completa.
E isso de fato é verdade, já que, com o passar dos anos, o processo de mineração se tornou bastante especializado, exigindo equipamentos otimizados e que possam suportar a carga de trabalho que, além de consumir muita energia elétrica, requer equipamentos de para manter a temperatura do ambiente adequada.
“Para os entusiastas da chamada ‘mineração caseira’, utilizando laptops ou placas de vídeo domésticas, restam pouquíssimas opções de criptomoedas cujos algoritmos tornam possível obter algumas dezenas de reais por mês usando a estrutura (energia elétrica e refrigeração) de casa. Por isso a recomendação de evitar esse mercado, caso não se trate de uma empresa especializada”, finaliza Aleixo.
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