Rússia proíbe uso de dispositivos Apple por membros do governo
País acusa Apple de espionagem e ordena que oficiais do governo utilizem dispositivos de outras marcas durante as jornadasBy - Igor Shimabukuro, 17 julho 2023 às 13:49
A Rússia acaba de reforçar a proibição de dispositivos Apple pelos oficiais do governo. E a partir de agora, membros da cúpula governamental estão impedidos de utilizar quaisquer produtos com o selo da maçã.
Em março, o país já havia adotado uma medida parecida: no caso, funcionários envolvidos na eleição presidencial de 2024 já tinham sido ordenados a trocar seus iPhones por smartphones Android.
Mas agora a decisão tornou-se mais abrangente e muito mais rígida.
Primeiro porque a ordem foi direcionada para mais setores. A partir desta segunda (17), o Ministério do Comércio também terá de acatar e medida. E outras pastas (como a de Telecomunicações) também devem seguir o mesmo caminho em breve.
Segundo porque a restrição a iPhones se transformou em uma proibição contra qualquer aparelho da maçã. Em suma, membros do governo também não poderão usar iPads, Apple Watches, Macbooks e qualquer outro produto da Apple.
Justiça seja feita, os oficiais russos não estão impedidos de ter dispositivos da maçã, mas sim de usá-los para trabalho durante assuntos do governo.
Quer usar seu iPhone para responder o grupo da família no Whats? Tudo bem. Mas para correspondências ou tarefas oficiais, smartphones Android serão exigidos.
Rússia acusa Apple de espionagem
Os motivos da proibição seguem os mesmos: a Rússia acredita que a Apple está atuando em colaboração com o governo americano para espionar usuários por meio dos iPhones.
Aliás, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) alegou a descoberta de uma “operação de espionagem das agências de inteligência dos EUA” envolvendo dispositivos da maçã.
A autoridade afirma que milhões de iPhones foram infectados e que a big tech teria fornecido aos agentes norte-americanos “uma ampla gama de ferramentas de controle”, embora nenhuma evidência tenha sido divulgada.
Em resposta às acusações, a Apple disse no mês passado que “nunca trabalhou com nenhum governo para inserir um backdoor em qualquer um de seus produtos” e que “nunca fará”.
Vale lembrar que a big tech cortou o acesso ao Apple Pay na Rússia em fevereiro e, posteriormente, interrompeu a venda de seus produtos no país por conta dos conflitos com a Ucrânia.
Mas muito mais que uma represália tardia, a medida reflete o desejo do governo russo de diminuir a dependência estrangeira — apesar do movimento pró-Android —, já que Vladimir Putin estuda softwares domésticos para “infraestrutura crítica de informação” até 2025.
Via: Engadget
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