Google é processado por infringir patentes de IA; violação pode custar até US$ 1,67 bilhão
Autor da ação afirma que patentes abrangem unidades de processamento usados para alimentar inteligência artificial em produtos da empresa da Big TechBy - Liliane Nakagawa, 11 janeiro 2024 às 20:31
O Google foi processado por uma empresa nos EUA por infringir patentes relacionadas à inteligência artificial (IA). Na terça-feira (9), a empresa reclamou em tribunal sobre as alegações do cientista da computação que pede US$ 1,67 bilhão pela violação.
Joseph Bates, cientista da computação e fundador da empresa Singular Computing, baseado em Massachusetts, alega que o Google copiou a tecnologia após repetidas reuniões discutindo ideias dele para resolver o problema central de desenvolvimento de IA.
No tribunal, o advogado da empresa de Bates, Kerry Timbers, disse que após haver o compartilhamento de inovações em processamento computacional com o Google em 2010 a 2014, a gigante das buscas copiou a tecnologia patenteada em vez de licenciá-la para desenvolver seus próprios chips com suporte à tecnologia, sem o conhecimento de Bates.
As ideias do cientista foram incorporadas ao Tensor Processing Units do Google, que sustentaram os recursos de IA no buscador, no Gmail, no Tradutor e outros serviços oferecidos pela unidade da Alphabet, segundo Timbers.
Google discutiu inovações compartilhadas por autor da ação: “as ideias poderiam ser ‘muito bem apropriadas'”
Embora a empresa processada conteste as alegações de Bates, e-mails internos mostram que as inovações compartilhadas foram discutidas com funcionários pelo atual cientista-chefe da empresa, Jeff Dean, de como elas poderiam ser “muito bem adequadas” para o que o Google estava desenvolvendo. Um dos funcionários da gigante chegou a mencionar que eles foram “muito corrompidos pelas ideias de Joe”.
“Este caso é sobre algo que todos nós aprendemos há muito tempo: respeito pelos outros, não tomar o que não lhe pertence e dar crédito onde o crédito é devido”, disse Timbers aos jurados em sua declaração de abertura.
Em defesa, o representante da empresa da Big Tech Robert Van Nest argumentou que os funcionários do Google que projetaram seus chips nunca conheceram Bates e os projetaram independentemente dos funcionários que os conheceram. “Os chips do Google são fundamentalmente diferentes, fundamentalmente diferentes, do que está descrito nas patentes da Singular”, disse Van Nest ao júri.
O Google lançou suas unidades de processamento em 2016 para alimentar a IA usada para reconhecimento de fala, geração de conteúdo, recomendação de anúncios e outras funções. A Singular disse que as versões 2 e 3 das unidades, lançadas em 2017 e 2018, violam seus direitos de patente.
Um tribunal de apelações em Washington também ouviu argumentos na terça-feira sobre a possibilidade de invalidar as patentes da Singular em um caso separado da apelação do Google ao Escritório de Marcas e Patentes dos EUA.
Via Reuters
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