Game Pass não é viável para jogos de US$ 120 milhões, diz ex-PlayStation

O ex-chefão do PlayStation tem opiniões fortes sobre o Xbox Game Pass. Em entrevista a um portal dedicado ao mercado de games, Shawn Layden explicou que não acredita que o modelo de negócios atual do serviço sustenta produções de grande orçamento.

Layden chegou a ser CEO da Sony Interactive Entertainment (SIE) e deixou a empresa japonesa em 2019, mas só agora voltou a falar sobre o setor em que trabalhou por anos.

Game Pass não fecha a conta

A fala do executivo ecoa um pensamento semelhante ao do atual líder da SIE, Jim Ryan, que já avaliou que o próprio serviço de assinatura do PlayStation teria problemas em financiar a oferta de jogos que custem mais de US$ 100 milhões para serem feitos.

Recém-contratado como consultor da Streamline Media Group, Shawn Layden prefere comentar sobre o que a Microsoft está fazendo com o Game Pass e o que isso diz sobre o futuro e as possibilidades da indústria de games.

Reprodução: Sam Pak/Unsplash

“É muito difícil lançar um jogo de US$ 120 milhões num serviço que cobra US$ 9,99 por mês. […] Colocando na ponta do lápis, você vai precisar de 500 milhões de assinantes antes de começar a recuperar seu investimento”, analisa.

É claro que uma empresa como a Microsoft tem como bancar o prejuízo para crescer no mercado e ganhar espaço com o Game Pass, e Layden também fala sobre os desafios disso. “Mas se você tem só 250 milhões de consoles por aí, você não vai chegar a meio bilhão de assinantes. Como resolver isso? Ninguém descobriu a resposta ainda”, dispara.

Futuro mobile?

O jeito seria, então, partir para os smartphones? O ex-líder do PlayStation opina sobre o assunto. “Claro que se você contar com os celulares, pode ganhar centenas de milhões de jogadores. Mas já aprendemos com o tempo que a jogatina mobile não é uma porta de entrada para os consoles, mas sim algo diferente que as pessoas fazem no dia”, finaliza.

Para Layden, a solução é diversificar o conteúdo e a proposta dos jogos para atrair um público que vai além dos atuais 250 milhões de jogadores, criando um movimento de crescimento exponencial do mercado – seja para o Game Pass ou outros serviços.

Fonte: Eurogamer