Quem está pensando em adquirir placas de vídeo usadas para economizar no upgrade de seu setup vai precisar pensar duas vezes. Isso porque GPUs anteriormente utilizadas para mineração de criptomoedas podem perder até 10% de performance em relação ao seu desempenho original a cada ano, de acordo com a fabricante Palit Microsystems.

Por conta da crise dos chips que tem afetado toda a indústria global, diversas fabricantes de componentes eletrônicos foram impactadas. E com o segmento de GPUs não foi diferente: devido à diminuição da produção, as placas de vídeo disponíveis no mercado estão com preços bem maiores comparados com os valores de anos atrás.

Atentos a isso, diversos comerciantes chineses resolveram investir no comércio de placas de vídeo de segunda mão. Como boa parte dos itens eram utilizados para mineração de moedas digitais, muitos foram obrigados a vender os produtos para evitar perdas maiores, já que a China aumentou a repressão à mineração de criptomoedas na região — antes, o país respondia por mais de 60% da atividade global.

O problema é que embora uma dessas GPUs possa apresentar valores atrativos, seu desempenho pode estar aquém do original. De acordo com representantes da Palit, uma placa de vídeo que minerou criptomoedas 24 horas por dia e sete dias por semana pode ter perdido 1/10 de seu desempenho a cada ano de uso.

Ilustração de mineração de bitcoins

Mineração de criptomoedas deixam desgastes irreveríveis nas GPUs. Foto: Brian Wangenheim/Unsplash

Placas de vídeo usadas: verdadeiras loterias

Na teoria, basta escolher uma placa de vídeo que não foi usada para essa finalidade, certo? Sim, na teoria. Na prática, é bem difícil saber se uma GPU foi usada para mineração e os comerciantes, cientes da desconfiança, têm buscado formas para esconder o “passado” desses produtos.

Itens que tiveram coolers modificados ou sofreram alterações de cartões podem dar indícios de que não eram utilizados essencialmente para jogos. Isso sem contar que adquirir uma GPU modificada elimina imediatamente qualquer tipo de garantia.

No cenário mais otimista, é possível que a placa de vídeo de segunda mão adquirida chegue intacta e supra as necessidades momentaneamente. Ainda assim, a dúvida se o item estará apresentando seu verdadeiro potencial deve seguir como uma “pulga atrás da orelha”.

Ou seja, mesmo que mais baratas, as placas de vídeo de segunda mão podem ser consideradas verdadeiras loterias. É claro que as informações da Palit reforçam o desejo da fabricante para que usuários comprem GPUs novas. Mas os riscos são mais do que reais, e o que era considerado uma solução pode se tornar uma grande dor de cabeça.

Fonte: PCWorld

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