Café com cripto: americano minera bitcoins no Starbucks
By - Marcelo Rodrigues, 30 julho 2021 às 10:04
Os entusiastas mais fervorosos da mineração de criptomoedas parecem dispostos a qualquer coisa para obter alguns bitcoins e sair no lucro durante a operação. Ao que parece, isso também inclui levar seu hardware para o Starbucks e minerar coins com a energia do local enquanto toma um bom café.
Pelo menos, é isso o que um morador de Los Angeles anda fazendo para mostrar como é possível “democratizar” esse tipo de atividade. O interessante é que ele não só demonstra zero preocupação em utilizar a rede elétrica da cafeteria, como compartilha sua ideia mirabolante no TikTok.
Um café e um bitcoin, por favor
Pois é, depois de uma investidora comprar uma usina elétrica só para montar uma fazenda de mineração – aquecendo um lago glacial no processo – e de terem desbaratinado uma operação com milhares de PlayStation 4 para a mesma finalidade, a moda parece ser usar as conveniências do Starbucks para tentar ganhar uma grana fácil com bitcoin.
A mente por trás dessa ideia inusitada é Idan Abada, um morador de Los Angeles que decidiu levar um minikit de mineração para a rede de cafeterias para mostrar que minerar não precisa ser sinônimo de armazéns lotados de computadores com GPUs caras.
@howmuchchannel Bitcoin Mining At Starbucks #bitcoinmining #crypto #bitcoin #ethereum #btc #eth #doge #dogecoin #starbucks #coffee #tothemoon #newpac #bitcoinmerch
Em seus vídeos no TikTok, ele não parece preocupado em usar a energia elétrica do estabelecimento ou chamar atenção com seu setup. “Ninguém vai saber. Como eles saberiam?”, diz um áudio de fundo enquanto ele monta seu hardware e bebe café em um copo temático de bitcoin.
O equipamento utilizado pelo rapaz custa cerca de US$ 875 (pouco menos de R$ 4,5 mil) e consiste em um hub USB parrudo – e com sistema de resfriamento integrado – no qual é possível conectar pendrives com chips ASIC feitos especificamente para a mineração.
“Você só precisa de um computador ou laptop. Ele é alimentado via USB e é só isso. Todo mundo pode se tornar um minerador e parte do mundo das criptos”, explica Abada.
A conta: ela não fecha
No entanto, a motivação de Abada pode ser outra. Afinal, ele é o dono da empresa que produz e comercializa esses kits miniaturizados de mineração de bitcoins, e tem utilizado o hype nas redes sociais para vender o seu peixe.
A promessa de um equipamento acessível, móvel, silencioso e de fácil uso para quem quer entrar nesse mercado parece estar dando resultado. Segundo o entusiasta e empresário do setor, as vendas de sua empresa subiram 355% no último ano, totalizando ganhos de mais de US$ 428 mil (quase R$ 2,2 milhões).
Não se trata exatamente de um scam, já que os produtos vendidos por Abada realmente fazem a mineração de criptomoedas de uma forma semelhante às fazendas tradicionais. O problema é que eles são muito menos poderosos e não chegam a ser lucrativos.
De acordo com a CNBC, a capacidade mensal de geração de bitcoin do aparelho cruzado com o preço da energia elétrica local gera uma conta negativa para o minerador iniciante. A não ser que você use a eletricidade de terceiros, como a do Starbucks, o que traz outros tipos de dilemas morais e legais.
Comentários