Os números previstos para o mercado de PCs neste ano não são nada animadores. De acordo com levantamento do Gartner, a expectativa é de queda de 9,5% até o final de 2022 — uma diferença gritante se comparado aos 11% de crescimento de 2021.

Especificamente quando analisado as vendas para o consumidor final o baque será maior: 13,5%. Já para o mercado de PCs empresariais, a queda deve ser de 7,2% ano a ano.

Ao olhar para o corte de diferentes regiões, o mercado que engloba Europa, Oriente Médio e África (EMEA) será um dos mais impactados, com redução de 14%.

Segundo o Gartner, a principal motivação é a incerteza causada por conflitos na região, bem como aumentos nos preços e indisponibilidade de produtos – isso sem mencionar os constantes lockdowns que aconteceram na China e que também causaram grande impacto na demanda do consumidor.

PCs não são os únicos: tablets e smartphones também sofrem queda

Apesar da venda de computadores ser a mais atingida de acordo com o levantamento, tablets e smartphones também serão impactados, registrando uma queda prevista de 9% e 7,1%, respectivamente. As estimativas apontam, ainda, para uma retração geral (contando todos os dispositivos) de 7,6%.

Mãos segurando smartphones

Imagem: Josep Suria/Shutterstock

Em termos de dispositivos, os Chromebooks são os mais afetados. Segundo Ranjit Atwal, analista sênior do Gartner, que aponta como causa o dessa queda a desaceleração de compras no setor de educação.

O especialista explica que, com a pandemia, muitos equipamentos foram adquiridos para suprir as necessidades de escolas e a demanda por educação on-line. “A expectativa era de que isso pudesse continuar, mas não aconteceu”, comenta, em entrevista ao The Register.

As estimativas apontavam para uma queda apenas em 2023, mas isso se antecipou com a forte desaceleração na compra por parte de consumidores.

Atwal disse que há “uma apreensão geral sobre o que fazemos daqui para frente, e essa apreensão normalmente se traduz em restrições orçamentárias”, aponta o analista, complementando que além da pandemia, as preocupações foram geradas por conta, principalmente, de pressões inflacionárias e da crise decorrente da invasão russa na Ucrânia.

Nem o 5G salva

Nem o 5G salvou os smartphones da queda: “No início do ano, esperava-se que o mercado de celulares 5G da Grande China mostrasse um crescimento de dois dígitos”, disse Atwal, mas “o impacto da política de tolerância zero contra a Covid-19 na China e os consequentes bloqueios reverteram dramaticamente essa tendência”.

Ou seja, o que era para ser um grande impulso se tornou em contenção de gastos e consumidores, que deveriam investir seu dinheiro em novos aparelhos, simplesmente optaram por parar de comprar itens não essenciais – e, claro, smartphones 5G estavam incluídos nessa lista.

A expectativa de crescimento para smartphones passou, portanto, por uma revisão, sendo reajustada de 47% no início do ano para estimados 29%.

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