UE quer que WhatsApp e outros mensageiros operem com apps menores
Proposta de lei prevê que apps como WhatsApp e iMessage trabalhem em conjunto com mensageiros de pequeno porte na EuropaBy - Igor Shimabukuro, 25 março 2022 às 13:34
Em breve, o funcionamento de mensageiros robustos como WhatsApp, Messenger e iMessage deve mudar na União Europeia. Isso porque o bloco chegou a um acordo prévio da Lei de Mercados Digitais (DMA), que vai estreitar o cerco contra gigantes de tecnologia.
Uma das principais medidas será justamente exigir que aplicativos de mensagens populares ofereçam interoperabilidade com plataformas menores. Neste balaio, estariam gigantes como os mensageiros de Meta ou Apple, bem como qualquer outro app com, no mínimo, 45 milhões de usuários ativos mensais e 10 mil clientes corporativos ativos anualmente na Europa.
Quem não cumprir com o requisito de interoperabilidade poderá ser multado em até 10% do faturamento anual global ou 20% deste mesmo montante em caso de reincidência.
“Durante um trílogo de quase oito horas, os legisladores da UE concordaram que os maiores serviços de mensagens (como Whatsapp, Facebook Messenger ou iMessage) terão que se abrir e interoperar com plataformas de mensagens menores, se assim o solicitarem”, disse o comunicado de impresa da UE.
Embora a funcionalidade da lei ainda esteja confusa, a ideia sugere que os usuários de plataformas — sejam elas grandes ou pequenas — consigam “trocar mensagens, enviar arquivos ou fazer videochamadas” entre aplicativos, ampliando o leque de opções aos usuários.
O que dizem Apple e WhatsApp
Por mais animador que pareça, o projeto traz novos riscos de segurança. Ao tornar-se interoperável com apps menores, Apple e Meta teriam de abrir o ecossistema de seus mensageiros. O principal desafio, no entanto, seria manter a segurança da criptografia no meio de todo esse processo.
Ao The Verge, um porta-voz da Apple afirmou que a big tech está “preocupada com o fato de algumas disposições do DMA criarem vulnerabilidades desnecessárias de privacidade e segurança” para os usuários. Ainda assim, a companhia disse que vai trabalhar com as partes interessadas na Europa para mitigar essas ameaças.
Já Will Cathcart, diretor do WhatsApp, esperava que a lei fosse “extremamente ponderada”. “A interoperabilidade pode trazer benefícios, mas caso não seja feita com cuidado, pode causar um trágico enfraquecimento da segurança e da privacidade na Europa”, publicou em seu Twitter.
Outras medidas incluídas no pacote
Vale ressaltar que a interoperabilidade dos mensageiros é apenas uma das medidas previstas no DMA para lutar contra o domínio das big techs na Europa. Outras medidas abordam restrições à combinação de dados pessoais de várias fontes, permissão para que os usuários baixem e instalem aplicativos de plataformas de terceiros, bem como proibição de agrupamentos de serviços pelas empresas.
Não menos importante, é preciso notar que a Lei dos Mercados Digitais ainda não foi aprovada. Quando for finalizada, ela terá de receber o aval do Parlamento e Conselho da União Europeia. Se o processo correr conforme o esperado, o DMA deve entrar em vigor “em algum momento de outubro”.
As big techs que se preparem.
Via: Wccftech
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