Tim Cook, famoso CEO da Apple, não está apostando suas fichas no metaverso. Ao menos, não todas elas e, na verdade, bem poucas. O executivo que assumiu a liderança da fabricante do iPhone em 2011, após a morte do cofundador Steve Jobs, pensa que o conceito do termo ainda é muito elitizado para que a maior parte do público desenvolva interesse nele.

Se você esteve acordado nos últimos tempos, com certeza já viu o termo “metaverso” aplicado por algumas grandes empresas: de forma bem resumida, ele consiste da reprodução virtual do universo real por meio de diversos dispositivos conectados e inteligentes, além de uma tecnologia compartilhada. Essencialmente, a soma resultante de dispositivos de realidade virtual (VR), realidade aumentada (AR) e a amplitude da internet.

Tim Cook, CEO da Apple, é mostrado em close na foto

Tim Cook, CEO da Apple, não acha que o metaverso seja algo que as pessoas queiram investir muito tempo (Imagem: Ringo Chiu/Shutterstock)

Apesar da Apple atender a todos esses três pilares – a empresa vem criando produtos nessas linhas -, Tim Cook não acha que ela esteja caminhando para a criação de um “metaverso” próprio. Segundo suas próprias palavras, em entrevista ao site holandês Bright:

“Eu sempre penso que é importante que as pessoas entendam a natureza de algo. E eu não estou muito certo se o público em geral possa dizer o que é o metaverso.”

Sobre o metaverso: seria Tim Cook louco ou realista?

Sem concordar ou discordar de Cook, a sua afirmação tem um precedente: hoje, a maior parte das aplicações da palavra “metaverso” vem de empresas desenvolvendo negócios em ambiente virtual e, em quase todos os casos, essas divulgações são muito mais centradas em recursos tecnológicos que apenas usuários com alguma iniciação teórica no setor poderão entender.

Não que não exista nenhuma aplicabilidade prática ao termo: toda semana, o blog KaBuM! recebe alertas de divulgação de várias frentes de atuação dele, desde espaços virtuais de compras, bares, realização de shows e concertos virtualizados e até a realização de cultos religiosos e coleta de dízimos, para as doutrinas que seguem essa linhas. Acredite se quiser, já houve casos judiciais de busca e apreensão de bens e até alertas para “batedores de carteiras” em ambientes virtuais.

Não por menos, o maior proponente do metaverso seja, hoje, a Meta, a empresa dona do Facebook, Instagram, WhatsApp – e da tecnologia de VR chamada Oculus: “O metaverso é o próximo capítulo da internet e se pudéssemos comparar, nós ainda estaríamos vivendo o estágio de ‘conexão discada’ de seu desenvolvimento. O fato de ainda termos muito para construir e desenvolver pode gerar ceticismos nas pessoas de que é algo que não se concretizará. Mas vale ressaltar que algumas dessas tecnologias essenciais para o metaverso já estão disponíveis, entre elas a realidade virtual (VR) e a realidade aumentada (AR)”, destacou Caroline Dalmolin, líder de Parcerias de Reality Labs na Meta para América Latina, em entrevista exclusiva ao blog KaBuM! em setembro.

Tim Cook, no entanto, não abraça muito essa ideia: segundo ele, todas as tecnologias que habilitam o metaverso são totalmente bem vindas, mas não necessariamente são ferramentas com as quais você quer passar períodos estendidos de tempo:

“[O VR] é algo no qual você pode realmente ter uma imersão profunda. E isso pode ser usado de formas muito boas. Mas eu não acho que você vai querer viver toda a sua vida desta forma. O VR é feito para períodos específicos, mas não é uma forma muito boa de comunicação.”

Vale lembrar que Cook não está sozinho nesta impressão: ao Guardian, Evan Spiegel, líder da Snap, disse que o mero termo “metaverso” é “ambíguo e hipotético”, enquanto David Limp, líder de dispositivos da Amazon, disse ao Wall Street Journal que “se perguntarmos a 205 pessoas o que é o metaverso, teríamos 205 respostas diferentes”.

Entretanto, o que a Meta parece apostar é que, a longo prazo, vários projetos dessas empresas que hoje duvidam do metaverso inevitavelmente resultarão…no metaverso: a Apple, segundo rumores, deve revelar seu óculos de realidade mista (“MR” é meio que a mistura entre “AR” e “VR”) em janeiro de 2023, por exemplo.

Por outro lado, pesquisas recentes apontam para uma queda no interesse sobre o tema: de acordo com a Revelio Labs, vagas de emprego em empresas tecnológicas que buscam se desenvolver no tal metaverso caíram mais de 80%, conforme falamos aqui em agosto.

E você, acha que o metaverso é uma aposta segura? Ou acha que o famoso “hype” lhe subiu à cabeça e não deve vingar?

via Bright (Google Tradutor) | The Guardian | Wall Street Journal

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