A Accenture, uma das maiores empresas globais de consultoria, lançou seu relatório de tendências em tecnologia para 2022. Com comentários de palestrantes como Tim Berners-Lee, o criador da web, o lançamento trouxe como temas o metaverso responsável e a computação biológica.

O metaverso é o centro de atuação em tecnologia em 2022. Ele será um espaço onde o real e o virtual se complementam, o que a empresa chamou de “continuum”. A responsabilidade com o uso dos dados foi a maior preocupação da audiência durante enquete no lançamento. Apesar de abrir muitas possibilidades, os usuários querem priorizar respeito à privacidade no metaverso.

Quatro tendências para o metaverso em 2022

O metaverso terá quatro tendências principais em 2022: personalização, mundo programável, robótica no cotidiano e novas fronteiras da computação.

Com as novas fronteiras da computação virá a computação biológica. Com ela, será possível imitar (como em uma camuflagem biológica) ou coletar o poder de processos biológicos. Tudo isso para armazenar dados, resolver problemas e lidar com sistemas complexos. Cada processo será feito de modo muito diferente, com o potencial de ter mais eficiência energética, velocidade, exatidão e menos limites.

Um dos exemplos da importância da computação biológica no futuro foi dada no depoimento de um representante da L’Óreal, a gigante de cosméticos que agora se define como uma beauty tech. As empresas de beleza se reinventam com a tecnologia. “No futuro, nossos avatares vão querer ficar mais bonitos”, afirmou Stephane Lannuzel, diretor de operações digitais da L’Óreal.

Manter o ceticismo é importante

Manter um pouco de ceticismo, no entanto, é saudável para pensar no futuro com o metaverso. Perguntado se a tecnologia pode passar por um período de desvalorização, após o hype, como o Google Glass, Marc Carrel-Billiard, diretor senior de inovação em tecnologia da Accenture foi direto. “É um bom paralelo, realmente, pensar no Glass, pois também tratou-se de uma tecnologia que prometeu unir realidade virtual e aumentada, como no metaverso”, afirmou.

“A diferença é que o Google Glass era muito ruim”, disse Biliard. “Imagine passar o dia inteiro com um dispositivo como aquele, nem os dispositivos que temos hoje servem para passar o dia inteiro no metaverso”. Por outro lado, os números não mentem. “O crescimento de vendas de dispositivos como Oculus é bastante significativo”, apontou.

Com aplicações para o metaverso com o treinamento em áreas de saúde, especialmente no início da pandemia, as possibilidades da tecnologia para empresas são muito atraentes. “Ainda que apenas 10% dos consumidores passem a usar o metaverso, as empresas já estão utilizando e isso já significa que a tecnologia tem espaço suficiente”, afirmou Michael Biltz, diretor do Accenture Technology Labs, em coletiva de imprensa que acompanhou o lançamento.

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