A Netflix tem intensificado seus esforços para impedir o uso de VPNs e proxies como alternativas às restrições geográficas impostas. Agora, a gigante de streaming começou a bloquear os endereços de IPs dos usuários — que também estavam sendo usados para “driblar” as limitações —, mas a medida passou a afetar quem não tem nada a ver com o assunto.

Embora a Netflix não tenha explicado o motivo para os recentes bloqueios de IPs, as ações complementam as restrições feitas no passado: há seis anos, a companhia começou a bloquear clientes que tentavam acessar a plataforma utilizando VPNs comerciais ou serviços de proxies.

Isso porque os detentores de direitos autorais reclamaram que serviços piratas estavam utilizando essas ferramentas para contornar as restrições geográficas da streaming e acessar catálogos estrangeiros.

Deu certo durante um tempo, mas alguns indivíduos passaram a usar seus endereços de IP como proxies, para parecer que os usuários de VPNs eram assinantes de ISPs (provedores de internet) regulares das regiões.

Ciente dessa nova alternativa encontrada, a Netflix decidiu “cortar o mal pela raiz” ao bloquear endereços de IPs residenciais destes usuários.

Imagem de pessoa assistindo à Netflix

Medida foi adotada para combater o uso de VPNs durante o acesso à plataforma. Foto: freestocks/Unsplash

Problemas com a conta Netflix

O problema é que a medida também afetou usuários “comuns”, que nunca utilizaram algum tipo de VPN. Nas redes sociais, diversos clientes do serviço de streaming afirmaram não conseguir acessar o catálogo da Netflix.

Outros, por sua vez, disseram que os títulos só aparecem com o uso da internet móvel, o que comprova os bloqueios dos IPs residenciais. Casos invertidos também foram vistos.

“Você colocou o endereço IP dos meus telefones na ‘lista proibida’. Não consigo assistir à Netflix ao usar dados, mas posso assistir usando Wi-fi. Meu provedor de serviços diz que preciso falar com você. O aplicativo parece pensar que estou usando uma VPN, mas não estou, nem nunca usei”, reclamou uma das usuárias pelo Twitter.

É incerto mensurar o número de usuários afetados. No entanto, ao analisar as reclamações feitas ao perfil de suporte da Netflix, é possível constatar que não se tratam de casos isolados.

A streaming não chegou a responder o contato da TorrentFreak, mas é bem provável que corrija o problema em breve. Até porque, mesmo que o propósito seja compreensível, adotar uma medida que impacte quem não tem nada a ver com o assunto não parece ser a melhor saída.

“O dano colateral é que você tem centenas de milhares de assinantes residenciais legítimos da Netflix impedidos de acessar o catálogo completo da Netflix de seus países”, apontou um porta-voz da WeVPN.

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