O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), afirmou em reunião com empresários que o “PIX via crédito”, ou seja, uma variação do formato de pagamento instituído pelo Banco Central (BACEN) durante a gestão do ex-presidente Michel Temer em 2016. O ministro afirmou que a pauta já estava presente na agenda da instituição há algum tempo, mas estava parada, segundo ele, por “burocracias durante o governo Bolsonaro”.

Segundo o Telesíntese, a declaração de Haddad foi feita durante encontro com alguns empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em São Paulo, logo após reunião do ministro com o atual presidente do BACEN, Roberto Campos Neto.

Imagem mostra um celular com logotipo do Pix e várias cédulas e moedas do Real em volta

Imagem: Divina Epiphania/Shutterstock

Haddad afirmou que, atualmente, existem oito projetos de lei perto de serem enviados ao congresso. Os textos de todos eles já estão prontos, mas “questões formais” da gestão anterior fizeram com que eles fossem engavetados. Segundo o ministro, um grupo de análise será formado para reavaliar cada um, dando o devido encaminhamento após serem feitos quaisquer ajustes necessários.

Ainda não há nenhuma informação quanto à parametrização da nova modalidade, mas o entendimento é que o PIX via crédito deve servir como um contraponto à hegemonia dos cartões de crédito. Segundo informações de setembro de 2022 divulgadas pelo Serasa Experian, 53% dos quase 70 milhões de inadimplentes – ou seja, pessoas com dívidas atrasadas – vêm deste formato, especificamente.

Haddad reconheceu isso em suas reuniões, pedindo que os credores tenham uma melhor diligência nas cobranças das dívidas e atribuindo isso a complicações de um “quadro pós-pandemia”.

Hoje, o PIX funciona exclusivamente com débito em conta corrente: o valor de cada transferência é extraído do dinheiro que você tem junto à instituição que opera a transação. Em outras palavras: sem dinheiro na conta, sem PIX. Oferecer a modalidade também em formato de crédito, acredita a equipe do ministro, pode aliviar a incidência de juros rotativos e, consequentemente, reduzir o volume de endividados.

Prazos mais específicos não foram informados, mas Haddad prometeu que os projetos de lei engavetados deverão ser reanalisados e reencaminhados até março. Já o PIX via crédito deve chegar alguns meses depois – daí o “meio do ano” mencionado pelo ministro.

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