China restringe ainda mais a atuação de estúdios de jogos e desenvolvedores de apps
As regras rígidas da China podem ter feito com que 14 mil estúdios independentes de jogos fechassem as portasBy - Luiz Nogueira, 6 janeiro 2022 às 16:23
Há algum tempo, a China trava uma verdadeira guerra contra os videogames. Algumas de suas decisões podem ter feito com que 14 mil estúdios independentes fechassem as portas no país. Isso porque, desde junho de 2021, a National Press and Publication Administration (NPPA) não emitiu nenhuma nova licença para desenvolvedores de jogos.
Normalmente, a NPPA aprova o lançamento de 80 a 100 games por mês. Portanto, com a aprovação paralisada, a indústria parou. A China é um mercado tão expressivo que fez com que a incerteza causasse demissões em massa e encerramento de divisões de jogos. Isso fez com que diversos estúdios pequenos fechassem.
Em contrapartida, grandes empresas, como a Tencent, tiveram que buscar maneiras de expandir internacionalmente seus negócios para equilibrar a situação regulatória do país de origem.
A NPPA não revelou nenhum motivo para a paralisação. Além disso, não há informação de quando as aprovações voltam. Anteriormente, o maior período de congelamento ocorreu em 2018 e durou nove meses.
No entanto, acredita-se que a decisão tem ligação com uma declaração que o presidente Xi Jinping deu em março de 2021. Na ocasião, ele disse que estava preocupado com o impacto dos jogos no psicológico dos jovens.
Pouco depois, em agosto, a mídia estatal declarou que os jogos eram como um “ópio espiritual” e “drogas eletrônicas”.
Aplicativos também não escaparam
Na última quarta-feira (05), um órgão regulador da China disse que os desenvolvedores de aplicativos que têm a capacidade de influenciar a opinião pública devem passar por revisões de segurança.
A medida marca mais um passo em direção ao controle total da internet usada na China. Ainda não está claro o que os reguladores consideram como influência à opinião pública. Porém, foi esclarecido que os provedores de app não devem usar seu software para se envolver em atividades que colocam em risco a segurança nacional ou perturbam a ordem social.
Um novo conjunto de regras, que deve entrar em vigor em algum momento deste ano, ainda descreve que os usuários devem se inscrever usando sua identidade real. Por parte dos desenvolvedores, deve haver uma forte proteção de dados.
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