A empresa de foguetes e exploração espacial tripulada de Elon Musk, a SpaceX, revelou um novo segmento de negócios para alavancar a constelação de internet da Starlink, o Starshield, voltado às agências militares e vigilância estadunidense.

O anúncio feito na sexta-feira (2) é baseado na experiência da SpaceX na Ucrânia, onde o sistema de satélites em baixa órbita terrestre demonstrou capacidade de operar em zona de combate demonstrando ser mais resiliente do que esperado para um sistema comercial.

Os serviços Starlink, por exemplo, já foram vendidos à Força Aérea para apoiar unidades na Europa e na África pela capacidade do sistema de operar em um ambiente eletrônico hostil.

“Enquanto o Starlink é projetado para uso comercial e de consumo, o Starshield é projetado para uso governamental, com um foco inicial em três áreas: Observação da Terra, comunicações e cargas úteis hospedadas”, informa a empresa em seu site.

Starshield: SpaceX lança novo serviço para agências militares e de vigilância

Imagem: Reprodução/Starlink

Com a promessa de “implantação e desenvolvimento rápido” de capacidades, o novo setor da SpaceX vai desenvolver produtos e serviços como comunicações seguras, sensoriamento remoto e cargas úteis de vigilância espacial, usando a constelação Starlink.

“O trabalho contínuo da SpaceX com o Departamento de Defesa e outros parceiros demonstra nossa capacidade de fornecer capacidade no espaço e em terra em escala”, disse a empresa.

De olho em ganhar contratos de grande porte, as declarações, embora pesadas em marketing e carentes em detalhes, sugerem que a empresa precisa oferecer produtos mais específicos para alcançar o objetivo.

“Parece que eles finalmente entenderam que fazer tudo comercial e pedir aos clientes do espaço de segurança nacional para usá-lo nem sempre funciona, então eles vão oferecer produtos alternativos que são focados na segurança nacional, mas baseados na tecnologia Starlink e nas linhas de produção”, disse um analista da indústria ao SpaceNews.

Starshield: SpaceX lança novo serviço para agências militares e de vigilância

Imagem: Shutterstock

A Starshield também está capitalizando a participação da SpaceX na constelação de rastreamento e detecção de mísseis da Agência de Desenvolvimento Espacial dos EUA, com quem tem uma parceria com a Leidos para desenvolver quatro satélites de sensores infravermelhos classificados programados para lançamento antes do final do ano.

Os satélites seriam equipados com terminais a laser para torná-los interoperáveis com os satélites militares, um requisito fundamental já que o Departamento de Defesa (DoD) quer usar a baixa capacidade comercial do satélite em órbita terrestre para transportar dados coletados por sistemas de sensoriamento remoto.

As autoridades de defesa advertiram que a atual rede Starlink, devido à tecnologia altamente proprietária, não pode ser integrada em uma arquitetura híbrida que o DoD espera construir.

Algumas das capacidades mais avançadas anunciadas pela Starshield provavelmente não estarão disponíveis até que o SpaceX implante seus satélites Starlink de segunda geração. Estes serão maiores que a versão de primeira geração e projetados com características de desempenho necessárias para hospedar cargas úteis de segurança nacional e fornecer níveis mais altos de criptografia que o serviço comercial Starlink.

Até hoje, o SpaceX lançou aproximadamente 3.500 satélites da Starlink de primeira geração e recentemente ganhou a aprovação de licenciamento para implantar a espaçonave Gen2.

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