A Activision removeu uma skin do jogo Call of Duty após a inspiração do visual ter veiculado comentários transfóbicos por meio de seu perfil no Twitter: Nicholas ‘Nickmercs’ Kolcheff – co-proprietário do FaZe Clan, um dos maiores times de eSports e streaming do mundo – havia relacionado pessoas transgênero como sendo um risco para crianças em resposta à postagem de um outro internauta.

A situação tem uma linha do tempo simples de entender: o caster Chris Puckett usou seu perfil para compartilhar um vídeo de uma ocorrência na Califórnia, onde ativistas pro-LGBTQIAP+ foram fisicamente atacados por opositores durante uma marcha pacífica. Puckett disse “a América está em um lugar triste agora”, sinalizando apoio à causa.

A este tuíte, Nickmercs respondeu:

“Eles deviam é deixar as crianças em paz. Esse que é o problema.”

O comentário remete a uma recente polêmica nos EUA, onde legislações estatais estão impedindo adolescentes que não se identificam com o gênero que lhes foi designado no nascimento de receberem tratamento clínico e psicológico para ações afirmativas de transição. O público mais conservador entende isso como uma tentativa de “doutrinar” crianças a “se tornarem trans” – uma óbvia fake news.

Ao apoiar a mentira, Nickmercs se abriu à indignação do público, com vários seguidores LGBTQIAP+ cobrando a Activision, publisher de Call of Duty, por um posicionamento. E a ação veio de forma incisiva: a empresa decidiu remover a skin de homenagem ao líder da FaZe Clan do jogo, citando “acontecimentos recentes” e que está “comprometida com o orgulho da comunidade e seus funcionários” (via IGN).

O mês de junho é internacionalmente reconhecido como Mês do Orgulho LGBTQIAP+, e comumente vemos ações afirmativas de várias empresas em vários setores, direcionadas a este público específico.

Nickmercs, no entanto, comentou a ação dobrando as apostas em seu comentário: segundo Jake Lucky, do TheGamerUpdate, o caster disse que não considera sua própria fala como um discurso transfóbico, defendendo apenas que os pais é quem devem ter esse tipo de conversa com os filhos e não os profissionais especializados. Ele ainda ressaltou que pretende – ele e a esposa – falar do assunto com seu próprio filho e que não disse nada de errado.

Segundo o Eurogamer, no entanto, a situação deve ir ainda mais longe: após a remoção da skin, vários criadores de conteúdo saíram em apoio a Nickmercs, criticando a Activision pela atitude e, em alguns casos, chamando pelo boicote aos jogos da franquia Call of Duty.

Sobre este novo desenvolvimento, nem Activision, nem Nickmercs teceram qualquer comentário até o fechamento desta nota.

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