A Amazon é uma das empresas incluídas em uma série de investigações com o objetivo de averiguar práticas de segurança em depósitos da gigante do comércio eletrônico. Ela é a última a se juntar ao grupo das grandes corporações a ser investigado a pedido do senador norte-americano Bernie Sanders, que preside um comitê que supervisiona questões de saúde e trabalho.

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Imagem: COOTERCASTER/ Shutterstock.com

Na terça-feira (20), Sanders, que dedicou à vida política lutando contra corporações e interesses monopolistas por políticas que, segundo ele, prejudicam a classe trabalhadora, enviou uma carta ao CEO da Amazon, acusando a companhia de “violações flagrantes de saúde e segurança”.

“A busca da empresa por lucros a todo custo levou a ambientes físicos inseguros, pressão intensa para trabalhar a taxas insustentáveis e atendimento médico inadequado para dezenas de milhares de trabalhadores da Amazon todos os anos”, escreveu Sanders, que preside o Comitê de Saúde, Educação, Trabalho e Pensões do Senado, na carta.

O senador de 81 anos e duas vezes candidato à presidência dos EUA também acusou a empresa de não adotar “proteções adequadas aos trabalhadores” devido a uma cultura corporativa que trata os trabalhadores como descartáveis.

De acordo com Sanders, as exigências de produtividade incessantes da Amazon tornam o local de trabalho “excepcionalmente perigoso”. Com relação a esse ponto, a carta faz menção ao relatório de abril do The Strategic Organizing Center, no qual estimou que trabalhadores dos depósitos da Amazon sofreram cerca de 39 mil lesões no ano passado. Em comparação com concorrentes do mesmo setor, a taxa de “ferimentos graves” na Amazon representa o dobro, de acordo com o relatório.

Críticos e especialistas em segurança do trabalho atribuem o ritmo acelerado aos depósitos da empresa que rastreiam a produtividade dos funcionários para entregas mais rápidas. A questão foi um ponto de esforço para os grupos trabalhistas organizarem tais funcionários, mas não resultou em uma onda maciça de sindicalização, em parte, por esforço do empregador para dissolver quaisquer tentativas de pressão ou reivindicações por melhores condições de trabalho.

A carta do senador norte-americano ainda aponta citações da Occupational Safety and Health Administration (OSHA) por violações de segurança no local de trabalho à Amazon, a qual diz ter recorrido; além da investigação conduzida pela Procuradoria Geral dos EUA para o Distrito Sul de Nova York sobre o que ela chamou de “possível conduta fraudulenta” da Amazon para ocultar lesões da OSHA e de outros.

Com parte das investigação à Amazon, o comitê pede a funcionários da empresa que enviem histórias sobre o tempo de serviço prestado por meio de um site, estas permanecerão confidenciais, segundo o comitê.

Senado dos EUA abre investigação sobre depósitos 'excepcionalmente perigosos' da Amazon

Imagem: Luigi Morris/Shutterstock.com

Em defesa, o porta-voz da Amazon Steve Kelly respondeu, horas após confirmar o recebimento da carta, que a empresa discordava veementemente das afirmações do senador, observando que a Amazon investiu mais de US$ 1 bilhão em iniciativas de segurança nos últimos quatro anos e continua fazendo esforços nessa área.

“Levamos a segurança e a saúde de nossos funcionários muito a sério”, disse Kelly. “Sempre haverá maneiras de melhorar, mas estamos orgulhosos do progresso que fizemos, que inclui uma redução de 23% em lesões registráveis em nossas operações nos EUA desde 2019.”

Além da empresa de Jeff Bezos, uma investigação semelhante do comitê do Senado deve ser conduzida sobre práticas trabalhistas no Starbucks e a gigante farmacêutica Moderna.

 

Com informações Associated Press e Gizmodo

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