Em visita a Washington na última semana, o presidente do México Andres Manuel Lopez Obrador entregou uma carta ao norte-americano Joe Biden, renovando a oferta de asilo ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, anteriormente realizada em janeiro do ano passado a Trump, após a justiça britânica ter rejeitado a extradição aos EUA.

Presidente mexicano renova oferta de asilo ao fundador do WikiLeaks

Imagem: WikiLeaks

Lopez Obrador também defendeu a inocência do jornalista, “explicando que Assange não havia praticado nenhum crime sério”. “Ele não causou a morte de ninguém, não violou nenhum direito humano e exerceu sua liberdade, e prendê-lo significaria uma afronta permanente à liberdade de expressão”, disse o presidente mexicano em uma coletiva de imprensa, adicionando que não havia recebido uma resposta de Biden.

No mês passado, Priti Patel, secretária do Interior do Reino Unido, assinou a ordem de extradição do australiano aos Estados Unidos. A autorização é um duro golpe na defesa de Assange, que luta há uma década contra a extradição e consequente acusação de espionagem em território norte-americano por publicar documentos militares e diplomáticos vazados em 2010, relacionados às invasões dos EUA ao Iraque e Afeganistão — se condenado, o jornalista poderá cumprir 175 anos prisão.

Presidente mexicano renova oferta de asilo político ao fundador do WikiLeaks

Imagem: A1Cafel/Wikimedia/Twitter

México: país tem uma longa história de asilo

Além de Assange, chamado de “o melhor jornalista de nosso tempo” pelo presidente mexicano no mês passado, o país é conhecido por acolher diversas personalidades como o revolucionário russo Leon Trotsky, o cineasta espanhol Luis Buñuel, o rebelde nicaraguense César Augusto Sandino e Hortensia Bussi, viúva do ex-presidente chileno Salvador Allende.

Julian Assange_freedom of the press

Imagem: @DEAcampaign

Em entrevista à AFP, o internacionalista Adolfe Laborde disse “o México tem uma longa história de asilo, demonstrou isso em muitos conflitos, como a Guerra Civil Espanhola, com o ex-presidente boliviano Evo Morales (em 2019) e com outros atores”.

Ele acredita que os esforços do México dependerão “da pressão política dos atores envolvidos, do Reino Unido e da decisão dos países que possam ter interesse para que o homem não saia” do território britânico.

 

Com informações de France24, Reuters e AFP

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