Defesa de Assange apela à corte britânica contra extradição do jornalista aos EUA
Recurso apresentado ao Supremo Tribunal britânico é a última fronteira de defesa do fundador do WikiLeaks para evitar extradiçãoBy - Liliane Nakagawa, 4 julho 2022 às 17:30
A defesa do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, apelou na última sexta-feira (1°) contra a decisão do governo britânico, apresentado no mês passado, autorizando a extradição do jornalista aos EUA.
O recurso apresentado ao Supremo Tribunal marca a última reviravolta de uma saga jurídica de uma década, desencadeada pela publicação de documentos classificados que denunciam atrocidades cometidas pelos EUA, principalmente em invasões ao Afeganistão e Iraque, durante a chamada guerra ao terror. De acordo com a agência Associated Press, até o momento, não havia mais detalhes sobre o recurso.
No mesmo dia, antes do 51° aniversário de Assange celebrado do domingo (3), apoiadores e a esposa do jornalista Stella Assange protestaram em frente ao Home Office pedindo a libertação do jornalista, que desde abril de 2019, quando foi arrastado por policiais britânicos da embaixada equatoriana em Londres, permanece na prisão de segurança máxima de Belmarsh.
Para os apoiadores, o fundador do WikiLeaks estava cumprindo com o dever de jornalista ao publicar documentos vazados por fontes, denunciando crimes de guerra da administração norte-americana. Desta forma, tem direito à proteção da liberdade de expressão, assegurados pela Primeira Emenda na legislação norte-americana.
Julian Assange is a political prisoner. pic.twitter.com/wnTbFPXRIR
— Edward Snowden (@Snowden) June 20, 2022
Assim como o tweet de Snowden, eles argumentam que o caso tem motivação política, e se extraditado, Assange iria enfrentar tratamento desumano e não conseguiria julgamento justo do outro lado do Atlântico.
Governo britânico autoriza extradição de jornalista aos EUA
Após ser preso em abril, o tribunal britânico decidiu pela extradição do jornalista, enviando o caso ao governo do Reino Unido. Na manhã de 17 de junho, a secretária do Interior Priti Patel assinou a ordem autorizando a extradição de Assange, causando uma onda de condenações por organizações de direitos humanos e de liberdade de imprensa — além de abrir graves precedentes a todos os profissionais da área.
Comentários