A fluência no inglês pode dar um bom “peso” para o currículo. Em outros casos, pode garantir emprego no universo do cibercrime. Segundo pesquisadores de segurança cibernética, os criminosos virtuais têm recrutado nativos em inglês para aprimorar seus golpes.

As atribuições, inclusive, são bem definidas: enquanto os cibercriminosos descobrem outras maneiras para contornar as verificações de endereços eletrônicos, os nativos focam na redação de campanhas de comprometimento de e-mails corporativos (BEC, em inglês).

Isso porque os golpes de BEC costumam atingir principalmente executivos da alta cúpula e se um cibercriminoso não tiver fluência no inglês, a fraude pode ser facilmente descoberta. Em tese, os fluentes vão melhorar a ortografia das mensagens para dar mais credibilidade às campanhas golpistas.

“O uso de inglês adequado é muito importante para esses atores, pois eles querem garantir que as mensagens que enviam às suas vítimas — principalmente funcionários de alto escalão de uma organização — não levantem suspeitas”, observam os especialistas.

Aprimoramento de golpes preocupa

No começo do ano, a Intel 471 já havia detectado um “processo de seleção” em um fórum hacker russo para a contratação de fluentes em inglês. A mensagem mencionava que os serviços seriam utilizados para refinar as engenharias de suas campanhas de BEC.

Recentemente, a mesma empresa voltou a reportar uma mensagem semelhante (mas vindo de outra pessoa e em outro fórum), indicando que o aprimoramento desses golpes segue em pauta entre os criminosos — algo extremamente preocupante.

Vale lembrar que, de acordo com estimativas, as fraudes envolvendo comprometimento de e-mails corporativos custaram cerca de US$ 2 bilhões às empresas norte-americanas em 2020 e responderam por 43% de todas as perdas por crimes cibernéticos no mesmo ano.

Como as mensagens tendem a ficar cada vez mais autênticas, os funcionários terão de redobrar a atenção às mensagens recebidas — bem como reforçar a proteção dos dispositivos — para não se tornarem novas vítimas.

Fonte: TechRadar

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