Aparentemente desconhecendo o conceito de “vai devagar aí”, a sul-coreana Samsung trouxe dois anúncios para o setor de SSD (disco de estado sólido) que são, literalmente, bem grandes: um novo disco com capacidade de 256 terabytes – sim, TERAbytes – e uma arquitetura de SSD que promete trazer, no futuro, discos que chegam aos petabytes – sim, PETAbytes.

Antes de tudo, é importante ressaltar: nem o SSD de 256 TB, nem a nova arquitetura são projetados para o consumidor final, então pode esquecer qualquer noção de ampliar grosseiramente o volume de armazenamento do seu desktop. Ambos os projetos têm um caráter comercial de alto desempenho – pense em “servidores”, “parques tecnológicos” e “data centers”.

Imagem mostra um SSD da Samsung

Imagem: Ruslan Lytvyn/Shutterstock

Não à toa, os anúncios foram feitos durante a Flash Memory Summit (FMS), uma feira especificamente dedicada a novidades no setor de armazenamento e memória e que, na edição deste ano, foi inteiramente focada no desenvolvimento de tecnologias que prometam ampliar as ações de aplicações em inteligência artificial (IA).

Começando da “menor” das soluções – se é que o adjetivo cabe aqui – o SSD de 256 TB vem equipado com memória NAND com células de quatro níveis (QLC) e, em testes executados pela própria sul-coreana, a Samsung afirma que ele consome até sete vezes menos energia que, digamos, uma coluna com oito SSDs de 32 TB (uma soma que dá o mesmo volume de armazenamento, mas com bem mais números na conta de luz).

Já a nova arquitetura é…bem, justamente isso: uma arquitetura. Essencialmente, a “arquitetura PBSSD”, como a Samsung a chama, é um tipo de padrão tecnológico para que outras empresas possam criar seus produtos em cima dela. Pense no que a NVIDIA faz com as placas de vídeo Geforce: já notou como existe a “RTX 4070 da Asus/Gigabyte/GALAX” etc.?

Mesma coisa aqui: a novidade da Samsung é feita dentro de uma tecnologia chamada “Flexible Data Placement”, o que resulta em uma sigla bastante engraçada para nós brasileiros faladores de português. Dotada de um software completamente desenvolvido em código aberto, essa tecnologia permite uma otimização de dados voltada à performance em tarefas extremamente pesadas – tipo aplicações em IA.

Isso dito, é possível que algumas das novidades sejam transportadas para o público consumidor, eventualmente? Sim. Isso deve acontecer logo? Talvez, mas provavelmente não. Produzir um SSD dessa escala em massa é algo que tende a demorar, e provavelmente a Samsung já está de olho nesse setor.

Mas dada a recente chegada dessas tecnologias, trazê-las para o campo aberto dos computadores pessoais é algo que ainda carece de muita pesquisa. Basta lembrar do tempo que demorou para os discos rígidos (HDs) saltarem da “dezenas” para as “centenas” de gigabytes de espaço.

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