O T-1000 existe? Cientistas criam robô capaz de alternar entre sólido e líquido
Chamado “robô de matéria transicional magnetoativa”, o objeto do estudo conseguiu escapar de uma jaula assim como o vilão de “Exterminador 2”By - Rafael Arbulu, 26 janeiro 2023 às 11:35
Pesquisadores da Universidade Chinesa de Hong Kong, em parceria com a Universidade Carnegie Mellon, conseguiram criar um robô capaz de mudar seu próprio estado de matéria, alternando entre sólido e líquido – efetivamente nos colocando um passo mais perto de uma cena do filme O Exterminador do Futuro 2. Se Arnold Schwarzenegger servir de exemplo, isso não vai acabar bem.
A piada tem um fundo de verdade: um dos “testes” do novo robô envolveu prendê-lo em uma jaula com barras metálicas, ao que ele prontamente “escapou” ao se transformar em líquido e “vazar” pelas arestas, não muito diferente do que fez o vilão do filme – o andróide T-1000. A única coisa que falta é dar a ele a aparência do ator Robert Patrick e mandá-lo caçar e matar John Connor a qualquer custo.
De acordo com o paper publicado pela equipe no jornal científico Matter, a ideia é que o “robô de matéria transicional magnetoativa” (é, esse é o nome dele) não é a de criar a máquina perfeita de caça a humanos potencialmente heróis da humanidade em um futuro apocalíptico, mas sim um mais nobre: “entrar em um ambiente como um bloco sólido, se liquefazer ao redor de um objeto desconhecido, reformar-se em solidez para capturá-lo e extrair-se do ambiente.”
Uma forma menos pomposa seria…reformar a cabeça de um parafuso preso a uma parede, por exemplo, para facilitar você arrancá-lo. Ou refazer a conexão perdida de um objeto soldado. Ou talvez seja isso que ele queira que você pense…
O robô foi desenvolvido por meio de micropartículas de um composto de neodímio-ferro-boro mescladas em gálio, um tipo de metal bastante macio em temperatura ambiente e capaz de se solidificar com facilidade. Por essa razão, ele é facilmente encontrado em aplicações em semicondutores e outras partes da indústria de componentes.
O gálio derrete com facilidade – menos de 30º C – mas o processo requer a proximidade de imãs que movem partes metálicas mais densas. Em outras palavras, você não precisa nem de uma fonte de calor para manipular o material. No caso deste robô, os cientistas conduziram diversos testes, com ele carregando uma lâmpada enquanto a eletricidade passa pelo seu corpo e até escalando paredes de um labirinto.
Naturalmente, não há nenhum plano de adotar o modelo de forma prática – ao menos por enquanto – mas dada a presença costumeira do gálio em experimentos desse tipo, os especialistas em robótica e química estão cada vez mais empolgados em ampliar sua gama de atuação.
via Matter
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