A franquia Star Ocean começou ainda no Super Nintendo e ficou marcada, principalmente, por conta de ser um RPG de ação com bastante foco na história. Após um hiato de praticamente 6 anos, a franquia voltou a ter um jogo lançado, sendo este o Star Ocean The Divine Force.

O blog KaBuM! recebeu uma cópia do Star Ocean The Divine Force e conta o que achou do título neste review. Confira!

Uma história bem elaborada, mas que se desenrola de forma complicada

Em Star Ocean The Divine Force, antes de qualquer história ser contada, o jogador deve escolher entre Raymond e Laeticia Aucerius. Aqui, independentemente da escolha, ambos os protagonistas serão jogáveis, mas algumas missões específicas darão foco em quem foi escolhido.

Dito isso, a história do jogo começa com Raymond sendo atacado no espaço e caindo no planeta em Laeticia, princesa do reino de Aucerius, busca uma cura para o braço de Albeird, um tipo de fiel escudeiro, enquanto precisa resolver um antigo problema em seu reino.

Ao cair no planeta, Raymond é encarado com um pouco de estranheza, uma vez que vem de um lugar mais avançado tecnologicamente. Entretanto, pouco demora para que o reino de Aucerius seja ameaçado por tecnologias de outros povos.

Star Ocean The Divine Force - alguns dos protagonistas

Imagem: reprodução/blog KaBuM!

Em minha opinião, Star Ocean The Divine Force não chega a ter uma história revolucionária, mas consegue se sair bem ao escapar da maioria dos clichês vistos em outros jogos. O título conta com um número de personagens decentes, sendo que os mocinhos são os que têm realmente uma história mais bem contada.

A minha crítica, entretanto, fica pelo ritmo devagar com que a história de Star Ocean é contada. Em diversos momentos, conflitos são iniciados entre reinos, que até chegam a fazer uma confusão na nossa mente com tantos nomes, mas todos duram muito pouco e a sensação de que a ação não foi o suficiente logo vem à tona.

Star Ocean The Divine Force - história

Imagem: reprodução/blog KaBuM!

Um ponto que não considero negativo, mas que vejo jogadores levando como uma crítica, é a linearidade do Star Ocean The Divine Force. Na maior parte do tempo, o jogo limita os locais aos quais o jogador tem acesso, uma vez que o mesmo deseja que a missão principal seja feita, apesar do grind no mundo aberto continuar sendo livre.

Para quebrar um pouco o ritmo, nas cidades, o jogador até pode realizar algumas missões opcionais para NPCs e vendedores. Entretanto, além dessas missões serem rasas, as suas recompensas são praticamente nulas.

Mesmo com esses contratempos, a campanha de Star Ocean The Divine Force ainda é interessante e leva um pouco mais de 30 horas para ser finalizada, um tempo que considero ótimo e na média para um RPG.

Cenários bonitos, gráficos nem sempre

O Star Ocean The Divine Force está disponível para PCs e para a geração anterior e atual consoles, sendo que a versão analisada pelo blog KaBuM! foi a do PlayStation 5. A afirmação acima em relação aos gráficos pode até soar estranha, mas a verdade é que a experiência nem sempre é a mesma.

Ao começar pela parte boa, os personagens principais do jogo têm os seus gráficos bem trabalhados e são diferentes uns dos outros. Já as cidades são um dos grandes pontos positivos do jogo, uma vez que algumas são bem grandes e suas ambientações são inigualáveis.

Star Ocean The Divine Force - uma das cidades do jogo

Imagem: reprodução/blog KaBuM!

Por sua vez, a parte do mapa aberto (nem tão aberto assim) do jogo começa a mostrar os momentos de oscilação. Em primeiro lugar, muitos cenários visitados estão praticamente vazios e, em alguns dos locais pelo que passei tive a sensação de que apenas a sua cor teria sido modificada.

É verdade que nós temos algumas florestas com paisagens lindas de fundo, mas outros cenários possuem elementos bem precários. Um exemplo pode ser visto nesta galeria em que uma foto conta com uma bela paisagem e outra com um oceano em que a água parece ter saído de alguma geração anterior de videogames.

[Review] Star Ocean The Divine Force é um bom RPG, mas que merecia mais carinho
[Review] Star Ocean The Divine Force é um bom RPG, mas que merecia mais carinho

Outro ponto que desagrada é que em diversos momentos algumas cenas ficam exageradamente escuras. Em certos pontos até consigo compreender que isso foi intencional, como em lugar subterrâneo, mas a verdade é que isso ocorre não apenas nesses momentos.

Enquanto os personagens têm o seu visual bem definido como mencionado acima, o mesmo não acontece com os NPCs. Em diversos momentos me deparei com NPCs repetidos, o que não chego a considerar um problema grave, mas isso acontecia às vezes até mesmo no meio de uma cidade.

Sistema de combate é o ponto forte

Assim como os antecessores da franquia, Star Ocean The Divine Force é um RPG de ação e o seu sistema de combate ajuda a deixar o ritmo mais fluido. Apesar deste ser o seu maior ponto positivo, alguns pontos ainda podiam ser revistos.

Para começar, pelo lado positivo, as batalhas ocorrem de forma bem rápida e o jogador pode alternar entre o personagem que está sendo controlado. Inclusive, cada personagem tem suas próprias características, o que na prática resulta em uma movimentação e jogabilidade diferente.

Cada ataque do jogador, corresponde a uma habilidade, o que permite que diferentes combos sejam criados. Pessoalmente, devo admitir que gostei bastante disso, uma vez que é preciso fazer testes para saber qual habilidade vai combinar com outra.

Star Ocean The Divine Force - combate

Imagem: reprodução/blog KaBuM!

Mesmo isso trazendo bastante dinâmica ao jogo, a questão é que todo movimento de ataque consome AP, uma espécie de mana. Assim, caso você leve dano e perda AP, a dinâmica do combate vai embora, mas isso também acaba balanceando as coisas e é uma forma justa de punição.

Ao falar das habilidades, também é preciso fazer um elogio ao sistema de evolução dos personagens. Basicamente, cada personagem jogável possui um tipo de tabuleiro em que pontos podem ser evoluídos. Não somente isso, cada habilidade adquirida através deste tabuleiro também pode ser evoluída.

Star Ocean The Divine Force - árvore de habilidades

Imagem: reprodução/blog KaBuM!

O tempo que leva para obter pontos para estas evoluções acaba sendo bem justo, sendo que os combates, ao menos no nível normal, oferecem um desafio justo.

Já a parte negativa do combate de Star Ocean The Divine Force fica pela simplicidade tática e pelo uso restrito de habilidades fora de combate. Por exemplo, nós temos acesso a apenas três táticas que consistem em deixar a IA decidir o que fazer, focar um mesmo alvo ou focar alvos diferentes.

Entendo que estaremos sempre no controle de um personagem, até mais se formos contar os revezamentos, mas uma opção de poder definir quem será mais ou menos agressivo ajudaria bastante. Já um ponto que me incomodou ficou no fato de a única suporte do jogo não poder usar suas habilidades fora de combate, ou seja, se você está com menos vida é forçado a usar um item.

Fora de combate, a movimentação do personagem acaba sendo feita de forma bem rápida, um ponto positivo, uma vez que precisamos andar bastante pelos cenários, apesar de existir uma função bem implementada de fast travel. O único contra nesta movimentação fora de combate fica quando usamos a D.U.M.A para alcançar algo e acabamos preso por alguns segundos no meio do nada.

Star Ocean The Divine Force vale a pena?

O Star Ocean The Divine Force apresenta uma história interessante com personagens principais carismáticos, mas que poderia ser mais bem desenrolada. Entretanto, é necessário lembrar que a franquia sempre foi marcada por manter diálogos mais longos e um ritmo mais cadenciado que outros RPGs.

Na questão gráfica, Star Ocean The Divine Force alterna muitos momentos, mas cumpre o seu papel. O destaque mesmo fica por conta de seu sistema de combate, que além de ser divertido, deixa as batalhas bem rápidas.

Assim, é notório que o Star Ocean The Divine Force poderia receber alguma atenção a mais em diversos pontos para que ideias fossem melhor executadas. Entretanto, para um bom fã de RPGs, o título ainda é uma boa pedida.

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