[Review] Sackboy: Uma Grande Aventura para PC está divertido como sempre e bonito como nunca
Ex-exclusivo de PlayStation, Sackboy chegou para PCs em 27 de outubro com melhorias de gráfico e de performanceBy - Igor Shimabukuro, 11 novembro 2022 às 16:41
Divertido, simples e muito bem feito. Essa talvez seja a melhor forma de ilustrar o game Sackboy: Uma Grande Aventura — e pode ser difícil encontrar alguém que discorde disso. Até porque pouco importa o gênero favorito do jogador: o boneco tricotado vai ganhar seu coração em algum momento.
Pera aí: estamos falando de Sackboy em pleno 2022? Estamos! Pode até parecer que o timing foi perdido ou que algum alerta no calendário foi ignorado. Mas na verdade, o título desenvolvido pela Sumo Digital e lançado para PS4 e PS5 em 2020 recentemente ganhou um port para PC no finzinho de outubro — mais especificamente no dia 27.
Em outras palavras, o ex-exclusivo de PlayStation tomou o mesmo caminho de God of War, Death Stranding, Horizon Zero Dawn e companhia para chegar chegando também aos desktops. Isso, claro, com algumas melhorias que não estavam disponíveis no game original de dois anos atrás.
Dito isso, o blog KaBuM! resolveu se aventurar nesta nova velha jornada com pegadas infantis para cravar se vale ou não vale a pena dar uma chance ao título. A resposta? Bem, está em algum lugar abaixo.
Sackboy é realmente uma grande aventura
Para começo de conversa, é preciso lembrar que Sackboy é um velho conhecido dos sonystas de plantão. Sua primeira aparição foi em 2008, no primeiro game da franquia LittleBigPlanet. Por lá, ele foi protagonista de um título que permitia criações totalmente personalizadas de mundos e personagens.
Mas em Uma Grande Aventura, a história é outra. Tudo acontece em cenários muito bem definidos do Artemundo, o planeta repleto de cores e fantasia em que Sackboy vivia em harmonia com seus companheiros. Vivia. Isso porque a chegada do terrível Vex — um ser quase mítico feito de caos e medo — alterou essa realidade.
Decidido a transformar o Artemundo em um lugar feio, sórdido e desolado, Vex então sequestra os companheiros de Sackboy para obrigá-los a trabalhar no Conversor: o maligno dispositivo que fará essa transformação macabra planejada pelo vilão.
E é aí que entra o protagonista. Em busca de cumprir a profecia dos Cavaleiros Tricotados — que aparecem quando o Artemundo está em apuros —, Sackboy terá de mostrar que é um dos escolhidos e deverá combater os planos de Vex para selar a paz no planeta e salvar seus amigos.
Há quem possa achar a história fantasiosa ou infantil demais — o que não deixa de ser verdade. Mas basta alguns minutos de gameplay para que o próprio jogo mostre que a aventura seguirá divertida independentemente da faixa etária.
Simples, divertido e nada enjoativo
Partindo para a gameplay, tenha em mente que o jogo trata-se de um título de aventura de plataforma 3D, bem similar a jogos como Super Mario 3D World ou Crash Bandicoot 4. Os comandos são relativamente simples e se restringem a ações de movimentação, pulo, ataques, investidas, interação ou de segurar coisas.
Os cenários, no entanto, passam longe de algo simples. É certo que os mapas seguem a pegada mais infantil do game, com cores vibrantes e traços fantasiosos. Mas ainda assim, os ambientes são belíssimos e recheados de detalhes em cada elemento — desde um mero vaso de planta até um plano de fundo animado.
Por falar em cenários, são 47 fases ao todo espalhadas em cinco mundos diferentes. E basicamente todas elas seguem uma linearidade de objetivos: coletar os orbes para liberar novas fases, acumular pontos para serem trocados por cosméticos, encontrar trajes para o boneco tricotado e cumprir requisitos como uma pontuação mínima ou finalizar a fase sem morrer.
Mas, ora, se existem 47 fases obrigatórias que seguem uma mesma toada, Sackboy: Uma Grande Aventura não acaba se tornando algo monótono e enjoativo? Na verdade, muito pelo contrário. E isso, graças à dinâmica proporcionada pelo título da Sumo Digital.
São 47 fases para o progresso do game, mas elas não são as únicas. Entre elas, também há outras fases (mapas multiplayer, fases secretas, desafios contra o tempo) para dar mais dinâmica à jornada. São secundárias (e opcionais), mas ajudam a sair de uma mesmice.
Além disso, apesar das fases obrigatórias basicamente contarem com metas bem parecidas, elas não são iguais. Cada uma tem sua particularidade: há fases mais ao estilo plataforma, outras que focam no quesito exploração, algumas em que o player fica à mercê da velocidade da tela, outras que exigem batalhas contra chefes ou mesmo umas que acompanham o ritmo da batida.
Aliás, a trilha sonora é outro elemento que deixa o jogo mais divertido. Nada de uma mesma faixa em looping infinito do começo ao fim do game. A playlist completa inclui mais de 40 músicas — e tem até faixa brasileira na parada.
Tudo isso será combustível para que o player se divirta e, de quebra, ajude o menino Sack a conquistar sua missão principal. De modo geral, o jogador não deverá encontrar grandes dificuldades para passar de fases, bosses ou determinados desafios, e poderá finalizar o game em aproximadamente nove horas.
Mas para quem ainda não ficou convencido, tem mais coisa pela frente.
Customização é um dos pontos fortes do título
Diversão e bons gráficos são ingredientes para uma receita de sucesso. Mas se existe algo que instiga os jogadores são as personalizações in-game — basta observar o sucesso de jogos como Fortnite ou Elden Ring, por exemplo. E nisso, o game de Sackboy dá aula.
Lembra que é possível encontrar alguns trajes escondidos nas fases? Pois uma vez liberadas, elas podem ser equipadas para aumentar o leque de roupinhas do fantoche tricotado. Basta ir até a loja do Zom Zom para perder alguns bons minutos estudando o melhor visual para o herói.
Fica o aviso de que a decisão não será fácil: tem fantasia de samurai, de coelhinho da Páscoa, de zumbi, de banana, de abelha e por aí vai… O divertido é que o player pode criar seu próprio traje, combinando diferentes cabeças, olhos, cabelos e acessórios adicionais. No português, a personalização pode virar a festa do caqui — e isso é ótimo.
Ainda na loja do Zom Zom, também é possível comprar novos trajes e apetrechos com os pontos coletados em cada fase. Quem costuma lootear todo o mapa em busca de recompensas vai se dar bem, já que provavelmente chegará ao estabelecimento com a “carteira” cheia.
Otimizado especialmente para PC
Por fim, não se pode esquecer sobre as melhorias que chegaram para a versão de PC. Vale reforçar que Sackboy: Uma Grande Aventura foi lançado em 2020 para os consoles da Sony. Mas um novo port para desktops em 2022 também exigiria otimizações gráficas — uma vez que o jogo é o mesmo.
Neste sentido, diversas novidades foram anunciadas, como:
- resolução em 4K a 120 fps;
- suporte ao Nvidia DLSS2 para GPUs RTX;
- compatibilidade com taxa de atualização variável (VRR);
- compatibilidade com ampla variedade de proporções de exibição, incluindo 21:9.
Todas essas otimizações potencializaram ainda mais o jogo de dois anos atrás. Os gráficos que já eram bons ficaram ainda melhores e a VRR permite que o videogame rode liso no PC. E quem tem uma RTX poderá observar imagens melhores e com mais taxas de quadros.
Mas não foram apenas os donos de PCs robustos que foram agraciados. As equipes por trás do port também trabalharam duro para garantir que o game de Sackboy rodasse em diferentes setups — dos mais simples até os mais parrudos. Tanto que criaram cinco tipos de especificações para os jogadores.
E caso queira saber sobre os requisitos, vale conferir este link.
Mas afinal, vale ou não vale a pena?
Uma simples resposta “vale” poderia responder ao questionamento sem muitos rodeios. Mas é preciso ir um pouco além e analisar os diversos motivos que fazem de Sackboy: Uma Grande Aventura uma ótima opção de gameplay para todos os gostos e idades.
Novamente, o game é, sim, voltado para um público mais infantil. Mas isso não diminui (nem um pouco) o fator diversão presente no título — e reza a lenda de que alguém aqui da redação se deliciou nessa aventura mesmo com quase 30 anos nas costas.
Outro fator que ajuda neste sentido é a simplicidade dos comandos. Isso permite que tanto uma criança quanto alguém mais experiente consiga completar as fases e missões sem grandes problemas. E ah: tudo isso em uma curta jornada para quem não gosta de acumular semanas em um mesmo jogo.
Não menos importante, vale frisar que as otimizações gráficas permitiram que um jogo de PS5 rode em PCs não tão robustos assim. E talvez seja essa a combinação, que alia beleza, simplicidade, diversão e otimização, que faz do título uma certeza de sorrisos e entretenimento.
*O game foi analisado por meio de uma cópia via Steam fornecida pela Sony.
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