[Review] O que achamos do MetaBar, o 1º bar temático de metaverso do Brasil
Localizado na capital paulista, bar inclui decoração do metaverso, experiência VR, venda de NFTs e até pagamento em criptomoedasBy - Igor Shimabukuro, 15 julho 2022 às 15:20
Análises de jogos blockchain, matérias sobre o mundo cripto e entrevistas com especialistas do metaverso são alguns dos conteúdos vistos com frequência aqui no blog KaBuM!. Mas e se mudássemos a tônica das coisas e resolvêssemos desbravar a Zona Norte da capital de São Paulo para um review de um bar?
Leitores, calma. Ninguém aqui é crítico gastronômico — pelo menos segundo o RH — e o universo tech não deixou de ser o foco do nosso portal. Na verdade, o review do MetaBar tem tudo a ver com a gente, já que trata-se do primeiro bar do Brasil inspirado no metaverso.
Prazer, MetaBar
Antes de tudo, vale trazer um pouco mais de contexto sobre esse tal “bar do metaverso”. Localizado no bairro Jardim São Paulo (SP), o MetaBar é um bar (não diga!) relativamente novo, que foi inaugurado no dia 25 de junho deste ano.
Como o próprio nome sugere, a inspiração para o estabelecimento é no famigerado metaverso: um espaço aberto virtual e coletivo que mistura “traços” da realidade física com o universo digital — mais informações sobre a tecnologia podem ser conferidas por meio deste link.
Enquadrada como uma das principais tecnologias do futuro, a inovação foi o ponto de partida para que o empresário Natan Lima, que já vem desenvolvendo hubs no ramo tech, aliasse esse universo virtual com toda a realidade proporcionada por um bom e velho bar em um investimento de R$ 2 milhões.
“O MetaBar é a junção de tudo que eu venho trabalhado nesses últimos anos. Vi a oportunidade de dar vida a todo meu conhecimento técnico. Tenho a certeza que educará as pessoas a um universo que já estamos vivendo”, afirma o proprietário.
Toda essa inspiração é traduzida em um bar temático — incluindo o cardápio — com decorações estilizadas, experiência com óculos de realidade virtual (VR), jogo interativo, vendas (e recompensas) de NFTs próprios, além da possibilidade de fechar a conta com criptomoedas.
Instigado pelo ambiente, o blog KaBuM! decidiu sair da frente das telas do computador e ir a campo para entender melhor a proposta do MetaBar.
Ambientação
O conceito da temática tech é visto logo ao chegar ao estabelecimento. Lá de fora já é possível ver um ambiente iluminado com neons que fazem alusão ao universo tecnológico digital. E se tecnologia tem tudo a ver com redes sociais, há um banco suspenso (e moderno) logo nada entrada para um ar mais “instagramável” do ambiente.
A decoração inspirada no universo virtual também se estende para o restante do ambiente. Sem contar o grande lettering “metaverso” disposto sob o teto do piso térreo, as paredes são dominadas por ilustrações de NFTs (“tokens não fungíveis”, em tradução livre) famosos, que incluem valor de mercado, dono do registro e outras informações.
Os quadros dos ativos também figuram no segundo andar do estabelecimento. Falando sobre o ambiente em si, o segundo piso traz uma área aberta, com direito a uma espécie de lounge, em que é permitido fumar. Por falar nisso, o bar também aluga narguiles para os clientes.
E nessa ambientação, o cardápio não poderia ser deixado de lado. O MetaBar traz bebidas e porções tradicionais como em qualquer outro bar, mas os destaques vão para guloseimas temáticas como Batata Satoshi, Meta Wings e Bit Churros, ou bebidas como Cripto Drink, Meta Summer e NFT Mulle.
A pedida aqui foi uma NFTapioca — deliciosa, por sinal — e um Bit Drink. Cervejas geladas foram “meras” consequências.
Vale destacar ainda o QR Code disposto em cada mesa que pode ser acessado por dispositivos móveis. O código leva o consumidor ao cardápio online do ambiente e apresenta outras surpresas — fique tranquilo, pois falaremos sobre elas.
Experiência VR
Sim, sabemos que uma decoração temática ou cardápio personalizado talvez seja pouco para justificar o nome. Mas é aí que entra a experiência de realidade virtual que, embora seja diferente do metaverso, traz o universo virtual de forma mais concreta para o estabelecimento físico.
A tal da experiência consiste no uso de um Oculus Quest 2, durante 7 minutos, por R$ 10. O espaço principal para o uso do dispositivo fica no 1º andar, mas, eventualmente, outros óculos VR podem ser experimentados a céu aberto no segundo piso.
Pelo QR Code, o usuário poderá escolher entre experiências ou jogos. Beat Saber, Fruit Ninja, Sport Scramble, Ping pong e Boxe Trill of The Fight fazem parte do catálogo de jogos, enquanto “passeios virtuais” no espaço, na Torre Eiffel, em Londres ou mesmo em montanhas-russas são opções na seção de experiências.
Vale destacar que a experiência VR está muito mais próxima da realidade virtual do que do metaverso. A primeira tecnologia é focada em uma abordagem mais física e em um contexto isolado (um momento no espaço). Já a segunda mira em ambientes virtuais escaláveis, além de interação com outros participantes.
Apesar disso, pode-se dizer que a jogatina em Beat Saber e o “rolê” pelo espaço foram divertidos.
NFT, jogo cripto e mais
Mas isso não é tudo. Quem não ficou convencido com a experiência VR e a decoração poderá desfrutar de elementos do metaverso na prática. Isso porque o QR Code (lembra dele?) redireciona o usuário para uma página do MetaBar no OpenSea. E é lá onde usuários poderão comprar os NFTs do bar.
Ao todo, são 71 tokens exclusivos do restaurante que fazem alusão à coleção Bored Ape, a animais fofinhos ou mesmo a craques da seleção brasileira de futebol. Os ativos têm custo de 0,1 ethereum (aproximadamente R$ 654,80, em conversão direta na cotação atual). E o melhor: aniversariantes que comemorarem a festa no estabelecimento receberão um NFT exclusivo da casa, que dará direito a acesso VIP mesmo em dias de festas e desconto vitalício de 5% em todas as contas.
Não menos importante, o MetaBar também traz o tema criptomoedas — bem famosas no metaverso — para seu estabelecimento. Sem contar o jogo de tabuleiro que busca ensinar consumidores a respeito dos ativos, o bar possibilita que os clientes (ou seriam investidores?) paguem a conta com bitcoins ou ethereum.
O que achamos do bar do metaverso
De maneira geral, o bar cumpre com a proposta. Apesar de incluir elementos que não sejam necessariamente o metaverso, o MetaBar traz uma experiência divertida com ativos — NFTS, criptomoedas e realidade virtual — que compõem essa tecnologia do ambiente virtual.
O local é situado em uma região nobre de São Paulo (“Zona de Valor B”, segundo o CRECI), rodeado por outros bares também rebuscados. Ainda assim, os preços seguem a média dos custos vistos atualmente em outros estabelecimentos: uma porção de entrada tem custo médio de R$ 40, enquanto um drink sai a partir de R$ 25.
Vale destacar também os profissionais do ambiente. Embora o estabelecimento busque um público-alvo de investidores e entusiastas de tecnologia, a ideia é atrair também os curiosos. E neste sentido, os trabalhadores do local são treinados para esclarecer dúvidas para os mais leigos, sejam elas referentes ao metaverso, a criptomoedas e por aí vai.
A visita satisfez o desejo de conhecer o local, mas talvez não seja aquele “point” para bater o ponto toda sexta-feira. Isso, no entanto, pode mudar. Até porque o estabelecimento pretende incluir mais experiências e abrir novas unidades nos próximos anos.
O movimento agressivo talvez resulte em um bom catalisador para o progresso de um bar recém-lançado e ganhe relevância na missão de atrair mais clientes do universo tech.
Seja você um entusiasta ou leigo sobre metaverso e afins, vale uma visita.
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Serviço:
MetaBar
Onde: Av Luis Dummont Vilares, 699 – Jd São Paulo- SP
Horário de funcionamento: Ter a Sex 17:00 às 00:00 | Sáb e Dom 12:00 às 00:00
Instagram: @metabaroficial
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