Quando nós jogamos uma build pré-lançamento de Crash Team Rumble, uma das coisas que ressaltamos foi que esta proposta da Activision junto da Toys for Bob poderia assustar o jogador devido ao seu preço.

Agora que temos em mãos a versão final do jogo, podemos dizer que…infelizmente isso se confirmou: todos os elogios que fizemos na prévia anterior se mantém – alguns, até, crescem – mas o fato de esse ser um jogo muito pequeno para um preço muito grande definitivamente traz um sabor ruim à boca dos fãs de um gênero recheado de opções mais indicadas.

O contexto de Crash Team Rumble é bem simples de entender: dois times de quatro membros (estes, personagens da franquia “Crash”, como o titular Crash Bandicoot, o vilão Dr. Neo Cortex etc…) percorrem uma arena para coletar as “frutas wumpa” e depositá-las em seu canto do cenário. Vence quem chegar primeiro ao número determinado pela partida.

Em meio a isso, diversos pedestais ativam benefícios de proteção, buff ou ataque – cada arena tem o seu próprio kit – além dos próprios jogadores terem uma opção de ataque comum, outro “deslizante” e um terceiro, aéreo. Use tudo isso e você tem a receita de qualquer party game com desafios multiplayer que você pode passar a tarde jogando com os amigos da PlayStation Network/Xbox Live.

A premissa não é nova, mas também não é entediante: de Mario Party até Overcooked, todos eles seguem a mesma ideia, adicionando apenas a sua estética. E nisso, Crash Team Rumble é ótimo: todo o aspecto cartunesco da franquia parece ter sido feito especificamente para isso (ainda que “Crash” seja mais conhecido como um jogo de plataforma para um jogador).

As texturas têm vivacidade, os cenários têm muita cor, mas tudo é construído de forma inteligente a ponto de você não se perder em nenhum momento. Parece que a Activision acertou de forma precisa na linha tênue entre a “arte robusta” e a “poluição visual” – e tira todo o proveito disso com inteligência e maestria.

Imagem de Crash Team Rumble

Imagem: Activision/Divulgação

O lado negativo é que, por mais que o jogo tenha um certo volume, ele só é tão grande quanto um party game se permite ser: os personagens se dividem em três categorias – Scorer (a força primária de vitória, que coleta as frutas pelo cenário), Blocker (os “tanques”, que têm movimento lento, muita energia e uma capacidade de combate mais destrutiva) e Booster (responsável por aprimorar os atributos e capacidades dos outros dois).

A ideia é a de que a estética simples do jogo “esconda” o senso estratégico do uso das habilidades de cada tipo de personagem – o que, já dissemos antes, funciona muito bem. Você pode montar um time inteiramente focado na defesa de área e buscar a vitória com um placar mais baixo (impedindo seu inimigo de pontuar) ou forçar a mão na ofensiva e jogar tudo para cima dos oponentes, disputando a partida “fruta a fruta” e pontuando números enormes.

Mas mesmo com uma possibilidade de jogo tão alta, o chamado fator replay – um jargão da indústria de jogos para definir aquela vontade de continuar jogando sem parar – é baixo. Bem baixo.

Todas as arenas, personagens, combos e configurações cansam relativamente rápido, e a diretriz primária para a continuidade da partida é muito mais atrelada à sua vontade de ver os golpes e movimentos de cada personagem que a qualquer outra coisa. Eventualmente, você vê tudo do jogo e…bem, é isso. Crash Team Rumble deixa de surpreender ou de atrair.

[Review] Apesar de divertido, Crash Team Rumble cansa rápido demais para um jogo de preço cheio
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O jogo não é ruim, vamos ressaltar aqui. Mas a sensação de “viu um, viu tudo” é perene, para desespero da Activision, e ela só piora quando você considera o fato de que este é um jogo pago: na PlayStation Network – versão que nós testamos – ele sai por R$ 169,90 na versão mais básica (e R$ 199,90 na versão de luxo).

Ao final de tudo, Crash Team Rumble é mais um exemplo de que o investimento só vai valer à pena dentro de contextos específicos: você tem um grupo de amigos que se diverte continuamente em jogos de competição, mas cuja curva de aprendizado não seja tão acentuada? Então você terá muito o que aproveitar aqui.

O mesmo vale para quem simplesmente é fã da franquia Crash Bandicoot. Querendo ou não, os personagens e a história da marca sempre foram objetos de muito carisma – não que isso esteja presente no jogo, já que não há nenhum investimento técnico nisso aqui, mas quem tem isso na memória acaba tendo uma ou outra referência.

Agora, como um “novo jogo” para você curtir online? Bom, o dinheiro é seu e você quem sabe como melhor gastá-lo, mas existem opções mais aprofundadas, mais divertidas e com maior longevidade.

Em resumo: seria bem mais interessante se ele fosse free to play

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