Um dado meio importante ficou de fora da revelação do Project Q, o portátil-que-não-é-bem-portátil da Sony, durante o PlayStation Showcase no último dia 24. Na ocasião, a dona do PlayStation não detalhou a capacidade de bateria do objeto e, se os rumores mais recentes se confirmarem, então ela pode até ter um motivo.

Tom Henderson, do InsiderGaming, afirma – sem ressaltar suas fontes – que o novo dispositivo de hardware da Sony deve ter uma bateria que, dentro da carga máxima, vá durar algo entre três e quatro horas. Para fins de comparação, a Nintendo diz que o modelo padrão do Switch tem capacidade entre duas e seis horas, enquanto o SteamDeck da Valve estima entre duas e oito horas.

Se for verdade, a notícia pinta a Sony em uma perspectiva negativa: apesar de ter um tempo mínimo maior que seus concorrentes, o produto da japonesa também encontra uma capacidade máxima inferior. E considerando que, ao contrário dos outros dois aparelhos, o Project Q está mais para uma “segunda tela” do PlayStation 5 e precisa do console para funcionar plenamente, a impressão que fica é que não há ganho prático para o gamer que comprar isso ao invés dos concorrentes.

De uma forma bem resumida, o Project Q é um display que reproduz os jogos do PlayStation 5 em uma versão mais portátil, com uma tela de oito polegadas acoplada ao centro de duas manoplas que se parecem muito com um DualSense partido ao meio.

Ao contrário do que se possa pensar, no entanto, o Project Q não consegue “transferir” seu jogo da TV para um portátil para que você leve o aparelho em mãos e continue a jogar por ele. Como dissemos, ele funciona como uma tela extra que você pode usar – desde que esteja nas imediações do PlayStation 5, que deve permanecer ligado. Se o videogame ficar “no off”, então o aparelhinho também desliga.

Project Q - PlayStation Portátil

Imagem: Sony/Reprodução

A razão para isso já ser uma venda difícil para a Sony vem do fato de que a função de segunda tela – chamada de “Remote Play” – já existia, com o uso de um smartphone compatível ou, em gerações anteriores, um PlayStation Vita. Essencialmente, a Sony só lançou uma tela própria para essa finalidade, mas o Project Q não terá “jogos próprios”, como era o caso do Vita e, antes dele, o PSP. Nem tampouco você poderá usá-lo, digamos, no ônibus ou na casa de amigos, como é comum com o Switch.

Adicione a isso o rumor da bateria de baixa carga, e a Sony pode ser ver tendo que lidar com liquidações mais frequentes para evitar acúmulo de estoque.

Claro, ainda existem várias informações que não foram passadas na revelação do aparelho: durante o Showcase, o CEO da empresa, Jim Ryan, dedicou o momento a apenas ressaltar que a Sony está produzindo um hardware novo. Dados como preço ou disponibilidade ainda devem ser divulgados em períodos futuros, então ainda nos resta esperar um pouco para confirmarmos – ou refutarmos – o cinismo do público com o novo dispositivo.

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