A mais nova empreitada da franquia Endless é Endless Dungeon. O próximo grande lançamento do Amplitude Studios e publicado pela Sega tem previsão de lançamento para 18 de maio de 2023 e o blog KaBuM! pode conferir sobre o que se trata. Também foi possível bater um papo com o diretor de narrativa Jeff Spock e o responsável pelo game design do game, Arthur Prudent.

Até então, eu nunca havia tido contato com a série Endless, composta por jogos como Endless Space, Endless Legend e Dungeon of the Endless. Mas, ao testar Endless Dungeon, a primeira característica que chamou a atenção foi o design dos personagens. Até o momento, foram reveladas quatro figuras jogáveis, bastante distintas entre si.

Zed, por exemplo, é uma mercenária humana que curte heavy metal e tem como função principal causar dano (classe conhecida como damage per second, abreviada como DPS), enquanto Bunker é uma diplomática xerife autônoma que age como tank.

Imagem de Endless Dungeon

Imagem: Sega/Reprodução

Blaze, um Craver especialista em explosivos, seria o personagem mais próximo de uma torre — classe que atua como controle de área, defendendo o objetivo. Por fim, há Shroom, o mascarado que ainda não teve muitos detalhes revelados.

Outros personagens jogáveis presentes na versão de testes, mas que ainda não tiveram muitos detalhes revelados ao público são: Cartie, Fassie e Comrade. Todos eles encantam com seus visuais únicos e bastante coloridos, raças e personalidades diversificadas e, claro, funções bem definidas por meio de suas classes.

O objetivo compartilhado pelos protagonistas é escapar de uma estação espacial abandonada que está repleta de monstros e robôs. Eles não lembram ou não entendem como ou porquê foram parar neste lugar, mas sabem que devem alcançar o núcleo da espaçonave.

Imagem de Endless Dungeon

Imagem: Sega/Reprodução

Para tanto, será preciso escoltar um bot carregando um cristal. E adivinhe? Os monstros e robôs também o querem para si. Para conseguir isso, eles costumam se organizar em bandos que vão para cima do objetivo como mariposas atraídas pela luz.

Não à toa, Endless Dungeon se baseia em três pilares, sendo o primeiro o gênero tower defense e o segundo o subgênero twin-stick shooter (um derivado do shoot ‘em up que basicamente funciona como um shooter multidirecional, ou seja, o jogador precisa controlar a movimentação e a mira/disparos ao mesmo tempo, usando botões diferentes).

A terceira fundação é o roguelike, gênero em que estou um pouco mais familiarizada do que os outros. Contudo, Endless Dungeon permite que você passe por essa desafiante aventura sozinho, ou cooperando com um esquadrão formado por até 3 jogadores.

Entrevista: Endless Dungeon/Amplitude Studios

Jeff Spock (à esquerda) é o diretor de narrativa, e Arthur Prudent (à direita) é o o responsável pelo game design

Inclusive, perguntei a Jeff e Arthur como eles definiriam o game para alguém que nunca teve contato com a franquia antes. “Como colocamos tantos gêneros diferentes juntos [em Endless Dungeon], é muito difícil confiar em outros jogos para inspirações e ideias. Então acabamos meio que tentando descobrir como [desenvolvê-lo] por conta própria”, respondeu o diretor de narrativa.

“Quando tentamos explicá-lo a alguém, dizemos: ‘é um roguelike e um tower defense misturado com twin-stick shooter e elementos de RPG’. E as pessoas apenas não ligam e apenas vão embora (risos). Isso não ajuda! Então, de certa forma, acho que estamos realmente orgulhosos porque [o game] é muito único”, acrescentou Jeff.

Arthur complementou afirmando que o aspecto cooperativo é um elemento bastante importante para o estúdio: “É sobre ser parte de um esquadrão dentro desta estação espacial”.

Imagem de Endless Dungeon

Imagem: Sega/Reprodução

“Mas o grande desafio para nós durante o desenvolvimento do jogo foi, obviamente, não fazer um jogo muito parecido com [outros títulos dos mesmos gêneros]”, afirma o chefe de game design, afinal, o que deu certo um game, não exatamente vai funcionar quando se mistura outros gêneros e elementos.

Quando o sci-fi e o faroeste se encontram

A demonstração se inicia com uma breve cinemática, que contém uma pequena e divertida reviravolta. A seguir, seu personagem começa a vasculhar a estação espacial abandonada enquanto o jogo fornece instruções. 

O prólogo funciona basicamente como um tutorial do jogo. Sua duração é rápida, e é altamente recomendado que você preste atenção no que é ensinado neste segmento, caso contrário, pode se sentir perdido quando o jogo começar para valer.

Uma das principais estratégias ensinadas logo no início, inclusive, é recolher recursos pelo cenário para construir mecanismos de ataque e defesa. Ao todo, foram apresentados três tipos: a torreta clássica, usada para alvejar inimigos; um campo magnético que deixa os monstros mais lentos; e uma espécie de escudo em área que torna seus personagens um pouco mais resistentes.

Esses mecanismos podem ser desmontados a qualquer momento para que você possa reconstruí-los em outro local do cenário. Afinal, é necessário atravessar a fase enquanto protege o bot carregando o cristal, então o game oferece uma dose de estratégia em termos de montar sua rota de fuga.

Ainda assim, as ondas de inimigos não surgem apenas quando o cristal está se locomovendo: após abrir portas específicas ou interagir com terminais, os monstros podem surgir e será necessário sobreviver.

Imagem de Endless Dungeon

Imagem: Sega/Reprodução

Com o tutorial finalizado, seu personagem é transportado para o Saloon, que funciona como um hub para o jogo. Os demais personagens jogáveis estão espalhados neste local e você pode interagir com todos eles. O bartender Fassie (personagem preferido do roteirista Jeff), pode inclusive, oferecer bebidas que fornecem vantagens temporárias, por exemplo.

Ainda sobre o Saloon e os personagens, a principal inspiração vem da ficção científica e do faroeste. De acordo com Jeff, esses dois gêneros têm muitos elementos em comum: “A famosa cena do Saloon em Star Wars acontece em um deserto em que você entra e o local está cheio de pessoas estranhas. Mas [isso também acontece] em muitos filmes de cowboy: você entra em uma cidade solitária, deserta, e ao entrar no Saloon, tem muita gente estranha, né?”.

O diretor de narrativa cita ainda “os arquétipos como o xerife, o pistoleiro, o bandido, o benfeitor, o pastor, o médico da cidade”, e como esses estereótipos ocidentais foram “muito úteis e muito divertidos”, inspirando “cada um dos heróis que você pode jogar no jogo”

Misturando gêneros e exaltando a narrativa

Imagem de Endless Dungeon

Imagem: Sega/Reprodução

Depois de conhecer o Saloon, pude continuar os testes em alguns dos mapas disponíveis. O que mais chamou a atenção durante a experiência foi o salto de dificuldade ao jogar sozinha. Ainda que seja possível levar outros personagens com você (controlados pela inteligência artificial do game), Endless Dungeon exige que você faça tudo.

Abrir passagens, planejar as rotas, explorar o mapa, montar torretas, etc. E aí, quando estiver realmente pronto e o cristal começar a se mover para ser levado do ponto A ao B, as ondas de inimigos começam. Vale apontar que alguns inimigos são derrotados mais facilmente com armas específicas, então adaptar o esquadrão diante desses detalhes é altamente recomendado.

Mas mais do que um jogo com mapas procedurais em que você vai perder muitas partidas, Endless Dungeon preza muito pela sua narrativa. “Queríamos gerar histórias. Para nós, é importante que, ao recomeçar uma fase, sempre haja algo novo para se descobrir”, explica Arthur.

Imagem de Endless Dungeon

Imagem: Sega/Reprodução

Em termos de elementos de game design, Arthur cita que buscou inspirações em jogos famosos como FTL e Hades. Mas ainda assim, buscou evoluir para manter o jogador entretido com Endless Dungeon e tudo que o jogo pode oferecer.

Após os testes, posso dizer que fiquei investida e bastante intrigada com Endless Dungeon. A experiência parece ser melhor aproveitada em cooperativo, claro, mas mesmo sozinha — e sendo difícil manejar tudo por contra própria —, o nível de desafio do jogo ainda parece equilibrado.

A melhor parte é que não é necessário ter nenhum conhecimento prévio sobre a franquia Endless antes de embarcar no novo título. Entretanto, para os fãs de longa data, existem diversas referências dos jogos anteriores que, certamente serão melhor aproveitadas pelos jogadores veteranos.

[Prévia] Endless Dungeon mescla o melhor de três gêneros diferentes com bastante desafio
[Prévia] Endless Dungeon mescla o melhor de três gêneros diferentes com bastante desafio
[Prévia] Endless Dungeon mescla o melhor de três gêneros diferentes com bastante desafio
[Prévia] Endless Dungeon mescla o melhor de três gêneros diferentes com bastante desafio

“O que adoramos fazer em nossos jogos é que, se você conhece o universo e já jogou alguns de nossos jogos anteriores, vai obter muito conhecimento. (…) É algo especial para a nossa comunidade, para os jogadores que estão conosco há 10 anos. Eles descobrirão algumas coisas que, com sorte, vão achar muito legais”, revela Jeff.

O diretor de narrativa ainda revela que a série Endless possui “uma linha do tempo”. “É incrível, realmente complexa. E quando Jeff tentou explicar isso para os recém-chegados do estúdio, ele teve que ficar, tipo ‘ok, preste atenção’” (risos), brincou Arthur. 

Quando Endless Dungeon será lançado?

Endless Dungeon será lançado em 18 de maio de 2023 para PC (via Steam e Epic Games Store), Xbox One, PlayStation 4, Xbox Series X/S e PlayStation 5. Uma versão de Nintendo Switch está prevista para chegar posteriormente.

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