Pirataria arrecada bilhões de dólares com “ajuda” do Google
By - Cesar Schaeffer, 13 agosto 2021 às 12:56

A publicidade é fonte de renda para a maioria dos sites e aplicativos – seja qual for o segmento. Na internet, a maior parte dos anúncios é veiculada por uma plataforma do Google; isso, não somente para quem joga de acordo com as regras.
Segundo um estudo recém-publicado, sites e apps piratas que hospedam e difundem filmes e séries de TV ilegalmente arrecadam cerca de US$ 1,3 bilhão todos os anos apenas com anúncios.
Resultado de mais de um ano de investigação sobre a indústria da pirataria, o objetivo do levantamento feito pelo grupo online de segurança do consumidor Digital Citizens Alliance e pela empresa White Bullet Solutions era entender como esses serviços ilegais ganham dinheiro através da publicidade online.
O que chama muito a atenção é a responsabilidade do Google sobre esse uso do espaço de publicidade online por serviços ilegais. Os responsáveis pelo estudo acusam a empresa de não agir de forma incisiva para combater essas práticas e até contribuir com a pirataria. Segundo os pesquisadores, o Google tem “conhecimento e experiência para impedir que sua receita de publicidade flua para sites ilícitos”.
Faça algo, Google!
“Apesar de ter um programa sofisticado para proteger anunciantes e bloquear anúncios para editores ilegais, o Google contribui significativamente para o ecossistema da pirataria, tanto como anunciante que paga sites e aplicativos de pirataria por espaço publicitário quanto como facilitador da Ad Tech, facilitando a publicação de anúncios para marcas de terceiros em aplicativos de pirataria”, diz o relatório.
Google é acusado de “ajudar” a pirataria ao exibir anúncios em sites de conteúdo ilegal – Imagem: Shutterstock
Além dos prejuízos para os criadores de conteúdo e consumidores, a pirataria ainda mancha a reputação de marcas que – aleatoriamente – aparecem com suas campanhas publicitárias em sites ou aplicativos ilegais. As principais marcas responderam por cerca de 4% da publicidade em sites piratas e 24% dos anúncios em aplicativos piratas, sendo Amazon, Facebook e Google as maiores empresas representadas.
De acordo com a Bloomberg, o estudo foi feito através do monitoramento da receita de anúncios de cerca de 6 mil sites e 900 aplicativos que hospedam conteúdo pirateado entre junho de 2020 e maio de 2021.
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