Pesquisa revela que 83% das vítimas de ataques ransomware pagaram pelo resgate
Segundo levantamento, dos 300 profissionais de TI americanos entrevistados, 64% foram vítimas de ataques ransomware em 2020By - Igor Shimabukuro, 20 outubro 2021 às 13:42
Diversas pesquisas recentes revelaram como os ataques ransomware cresceram globalmente desde o começo da pandemia. Para piorar, um novo levantamento da empresa de segurança cibernética ThycoticCentrify revelou que 83% dos entrevistados americanos que foram vítimas deste tipo de golpe no ano passado pagaram pelo resgate.
Basicamente, o ransomware é um tipo de ataque que infecta o dispositivo da vítima e impede que o indivíduo acesse o aparelho. Para a liberação dos dados e do dispositivo, os cibercriminosos costumam exigir um pagamento de resgate, geralmente em criptomoedas — o que dificulta o rastreio do golpe.
O que diz o relatório
Revelado na última terça-feira (19), o “Relatório e Pesquisa sobre o Estado do Ransomware 2021” entrevistou cerca de 300 líderes de TI dos Estados Unidos que atuam com tomadas de decisão.
Do total de entrevistados, 64% alegam que foram vítimas de ataques ransomware e 83% deles pagaram o resgate para retomar o acesso aos seus dispositivos. Aproximadamente 72% dos profissionais revelaram aumento de orçamentos para segurança cibernética devido ao tipo de golpe e 93% vão alocar recursos extras para combater os ataques ransomware.
“As organizações estão gastando seus maiores orçamentos de segurança cibernética investindo em prevenção de ransomware com soluções de segurança de rede (49%) e segurança em nuvem (41%)”, reforçou a pesquisa.
Mas infelizmente, os ataques não interferiram somente nos orçamentos das empresas afetadas. Metade dos entrevistados alegaram perda de receita ou danos à reputação da companhia após um destes golpes. Além disso, 42% perderam clientes em virtude das ameaças e mais de 30% dos entrevistados tiveram que demitir funcionários.
Foco dos ataques ransomware
Ainda de acordo com a pesquisa, os vetores mais vulneráveis para este tipo de ataque foram e-mail (53%), aplicativos (41%) e nuvem (38%). Além disso, 26% dos entrevistados citaram que o principal vetor de ataque foi o acesso privilegiado, enquanto 25% mencionaram endpoints (pontos de comunicação de acesso).
Curiosamente, gerenciamento de acesso de identidade (24%), segurança de endpoint (23%) e gerenciamento de acesso privilegiado (19%) foram as últimas prioridades para gastos com segurança pelas empresas entrevistadas.
“As medidas mais comuns tomadas para evitar ataques de ransomware incluem backup de dados críticos (57%), atualização regular de sistemas e software (56%) e aplicação de práticas recomendadas de senha (50%). O último da lista foi adotar uma postura de privilégio mínimo (34%)”, reforçou a pesquisa da ThycoticCentrify.
Sem surpresas
O dado de que 83% das vítimas chegaram a pagar pelo resgate pode ser surpreendente para os leigos, mas não para os especialistas. Outros estudos mostram que as empresas vítimas de ataques ransomware geralmente pagam pelo resgate, a exemplo de grandes corporações como Colonial Pipeline e JBS.
“Declarações ingênuas como ‘nunca pague o resgate’ simplesmente ignoram a realidade da situação e não têm nenhuma chance de realmente mudar nada […] As violações da cadeia de abastecimento estão levando a pedidos de resgate para não vazar dados pertencentes à organização vítima”, afirmou John Bambenek, consultor de inteligência de ameaças da Netenrich.
O especialista, no entanto, afirma que “enquanto a economia for a favor do pagamento, a maioria das organizações pagará”. O grande problema é que o resgate não garante resultados. E até por isso, são necessárias outras alternativas para as vítimas.
Fonte: ZDNet
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