Ao que parece, a crise dos chips seguirá como uma “pedra no sapato” para a Nvidia. Durante uma recente ligação com investidores, o CEO da companhia, Jensen Huang, afirmou que as restrições de fornecimento de placas de vídeo devem ser prolongadas até grande parte do ano que vem, o que deve comprometer a disponibilidade de GPUs GeForce RTX.

Mas além das dificuldades de fornecimento enfrentadas por toda a indústria global — especialmente o segmento de eletrônicos —, as próprias GPUs RTX podem ser um dos fatores para a baixa oferta no mercado. Isso porque a arquitetura revolucionou os gráficos para computadores e a alta procura pelos produtos parece sobrecarregar a logística da Nvidia.

“Mas muito disso [indisponibilidade de placas de vídeo] tem a ver com a parte da nossa demanda que é grande demais. [A] RTX é realmente uma reinicialização única de uma geração de modelos gráficos de computador. Nada parecido com isso aconteceu, e uma vez que a invenção é realmente inovadora, você pode ver seu impacto”, afirmou Huang durante a call.

Os números não mentem: embora uma enorme maioria de usuários da Nvidia (80%) ainda dependam de placas de vídeo mais antigas (como os modelos GeForce GTX e GeForce GT), as arquiteturas RTX, ao lado da Ampere, têm sido as linhas mais vendida até hoje.

GPUs RTX da Nvidia

Placas de vídeo RTX e Ampere têm sido campeãs de venda da fabricante. Divulgação: Nvidia

Isso significa que se o fornecimento de placas de vídeo se prolongar até grande parte de 2022, os planos da Nvidia de popularizar ainda mais suas GPUs RTX e Ampere devem atrasar. Além disso, a escassez de placas de vídeo no mercado resulta em preços mais elevados, o que naturalmente também frearia uma migração em massa para os novos modelos.

E para piorar a situação, o próprio Huang reportou que o número de jogadores de computador na Steam aumentou quase 20% em relação ao ano passado. Ou seja, a tendência é que cada vez mais gamers procurem placas de vídeo — ainda mais em tempos de quarentena —, o que deve agravar a situação de escassez dos componentes nas prateleiras.

Vale lembrar que, anteriormente, o CEO da Nvidia foi um dos primeiros a declarar que a baixa oferta de GPUs duraria até o fim deste ano. Mas se as novas estimativas do executivo estiverem corretas, isso deve significar uma péssima notícia, não só para a própria companhia, mas também para as concorrentes e para os consumidores, é claro.

Fonte: Wccftech

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