NVIDIA e AMD são proibidas de vender certas GPUs para China e Rússia
Medida imposta pelo governo dos EUA pode custar US$ 400 milhões à empresa, além de atrasar a entrega de produtos da linha Hopper H100By - Rafael Arbulu, 1 setembro 2022 às 15:57
Em um formulário enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), a NVIDIA afirma que o governo norte-americano a proibiu de comercializar placas de vídeo (GPUs) aceleradas por inteligência artificial (IA) à Rússia e à China – a não ser que tenha uma licença específica para isso.
A medida, segundo a empresa, tem efeito imediato e pode atrapalhar a NVIDIA em três frentes: isso deve reduzir o suporte às placas da série A100, além de atrasar o desenvolvimento das GPUs da linha Hopper H100, efetivamente custando à companhia americana cerca de US$ 400 milhões (R$ 2,097 bilhões).
Oficialmente, a NVIDIA não faz nenhum tipo de comércio na Rússia, e as placas da empresa presentes no país são objetos de venda feitas por importadores sem relação com a empresa – alguém compra o produto fora da Rússia, entra no país e o revende por lá, por exemplo. A China, no entanto, é um polo majoritário não apenas para a empresa do logotipo verde, mas também para diversas outras marcas – incluindo a sua concorrente AMD, que também foi impactada pela ordem.
De acordo com os documentos do formulário preenchido pela NVIDIA, o motivo para essa ação por parte do governo é “impedir que hardware com tecnologia de ponta seja desviado para uso militar” na Rússia e China – a imposição também inclui Hong Kong.
O problema: as recentes estimativas de crescimento feitas pelos analistas a serviço da empresa agora devem ser reduzidas para compensar as perdas de venda no mercado chinês – os US$ 400 milhões mencionados acima vêm de uma expectativa de vendas na China.
Um possível contorno é a negociação que a NVIDIA já vem fazendo com operadores de data centers chineses, para que estes aceitem usar placas de vídeo não contempladas pela imposição do governo dos EUA – modelos inferiores à série A100 e certamente mais fracos que a Hopper H100, que ainda está em desenvolvimento. Ainda assim, dificilmente esses operadores aceitariam placas mais fracas pelo preço das mais fortes – na prática, a NVIDIA ainda vai perder dinheiro.
Por essa razão, a empresa já requisitou a licença pelo formulário enviado à SEC.
A AMD tem uma expectativa de impacto menor que a da concorrente, afirmando que a imposição afeta a sua linha MI250, mas a linha MI100 não deve ser afetada e, consequentemente, a mudança de regras “não deve trazer” uma redução substancial de suas expectativas.
via Techspot
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