Elon Musk quer valorizar o Twitter Blue – a parte “paga” da rede social – a todo custo: o bilionário que adquiriu a plataforma em 2022 tornou a reiterar, pelo seu perfil oficial, que todos os usuários com selo de verificação de identidade que vieram antes do plano de assinatura terão o benefício removido.

O tuíte veio em resposta a uma crítica sobre o modelo de assinaturas, feita por Andria Dsouza, jornalista e ativista indiana. Segundo ela, o Twitter Blue tornou-se “uma piada”, pois agora qualquer “Tom, Dick and Harry” pode ser verificado. A expressão é comum no idioma inglês e, em uma tradução livre, pode ser entendida no português como “qualquer zé ruela”.

Para Musk, no entanto, são os verificados antigos que são “verdadeiramente corruptos”, reiterando que o selo deles será removido “logo”. Em uma tréplica, outro usuário ressaltou que o próprio Elon Musk é um dos verificados de antes do Twitter Blue.

Contextualizando: antes de Musk comprar o Twitter, o selo Twitter Verified era concebido a perfis que eram reconhecidos como pessoas de influência ou de veiculação de comunicação – influenciadores, celebridades, jornalistas, por exemplo. O modelo tratava-se de uma forma de reconhecer que aquele perfil de fato pertencia à pessoa que ele reproduzia na conta e não fosse um usuário “fake”.

Com a entrada de Musk, no entanto, o selo de verificação passou a ser uma modalidade paga por assinatura: por R$ 42 por mês, você garante o benefício, junto de “menos anúncios” (embora ainda tenha anúncios) e outras benesses, como prioridade de exibição em respostas a tuítes, menções e na busca e a habilidade de postar vídeos de maior duração.

Há também o selo amarelo, este destinado a figuras políticas e empresas, mas obtê-lo de forma pessoal é, hoje, impossível.

Elon Musk reitera remoção de selos verificados de antes do Twitter Blue
Elon Musk reitera remoção de selos verificados de antes do Twitter Blue

O modelo do Twitter Blue, no entanto, já gerou problemas ao próprio Musk: diversos usuários colocaram o sistema para teste, criando perfis assinantes do plano, apenas para montar a conta em formato de paródia – uma comediante, Kathy Griffin, chegou a montar um perfil…do Elon Musk, e como ela era pagante, o selo de autenticidade lhe foi conferido: ela aproveitou a oportunidade para publicar loucuras comédicas em nome do bilionário, efetivamente sendo banida da plataforma.

O ponto ressaltado por ela – e por Andria Dsouza – foi comprovado, porém: desde que você pague, você terá o selo de verificação de autenticidade, ainda que sua conta não seja autêntica. Se Musk afirma que o Twitter Blue ajuda a combater a desinformação, o modelo de assinatura vem sendo empregado para satiriza-lo ao fazer justamente o oposto: fakes agora têm confidencialidade estabelecida por um sistema de pagamento do próprio Twitter.

Musk não informou qual a data exata de quando o selo será removido para não assinantes verificados antes do Twitter Blue. A página de suporte sobre o assunto também não mostra nenhuma data, mas ressalta que a rede social parou de receber novos pedidos em novembro de 2022 – provavelmente para abrir caminho para que somente o Twitter Blue fosse o caminho para o benefício.

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