Gordon Moore: pai da ‘Lei de Moore’ morre aos 94 anos; saiba mais sobre as contribuições dele à TI
O executivo foi um dos nomes importantes da história da tecnologia, tendo trabalhado por anos na indústria e sendo também cofundador da IntelBy - Tissiane Vicentin, 27 março 2023 às 14:57
A última sexta-feira (24) foi um dia triste para o mercado da tecnologia. Gordon Moore, conhecido como “pai da Lei de Moore” e um dos cofundadores da gigante da TI Intel, faleceu aos 94 anos. Moore morreu de causas naturais ao lado da família, em sua casa no Havaí (EUA).
Como você pode imaginar pelo início do texto, o executivo foi um dos grandes nomes da história da tecnologia global, tendo trabalhado por anos na indústria.
“Aqueles de nós que conheceram e trabalharam com Gordon serão para sempre inspirados por sua sabedoria, humildade e generosidade”, afirmou Harvey Fineberg, presidente da Gordon and Betty Moore Foundation.
A instituição filantrópica foi também uma das principais contribuições do executivo. Fundada por ele e a esposa, Betty, a Gordon and Betty Moore Foundation serve até hoje com propósito de conservação ambiental, ciência e melhorias no atendimento ao paciente. A fundação já doou mais de US$ 5,1 bilhões para causas beneficentes desde sua fundação, no ano 2000.
“A visão de Gordon e o trabalho de sua vida permitiram inovações fenomenais e desenvolvimentos tecnológicos que moldam nossa vida cotidiana. No entanto, essas conquistas históricas são apenas parte de seu legado. A generosidade dele e de Betty como filantropos moldará o mundo para as próximas gerações”, continuou Fineberg.
Início da carreira e fundação da Intel
Nascido durante a Crise de 1929, uma das maiores e principais crises financeiras enfrentadas pelos Estados Unidos e pelo mundo, Moore foi incentivado desde a infância a adentrar o mundo das ciências, começando pela química na época do colégio.
Na Universidade, Moore se formou em química na Califórnia, tendo a oportunidade de aprender com grandes nomes do meio, como os Glenn Seaborg (cujos conhecimentos contribuíram e muito para o Projeto Manhattan, força-tarefa que deu origem à bomba atômica), Melvin Calvin (conhecido por seus estudos aprofundados em fotossíntese) e William Giauque (especialista em termodinâmica ), ganhadores do Nobel em 1951, 1961 e 1949, respectivamente.
Em 1950, ele iniciou os estudos na famosa Caltech, o Instituto de Tecnologia da California, onde se especializou em física e recebeu o PhD em química.
Ao lado do colega Robert Noyce, Moore cofundou a NM Electronics em 1968 – empresa esta que posteriormente, , se tornou a Intel que conhecemos hoje. De acordo com a empresa, o escritório dele, que foi por anos também CEO da companhia, permanece intacto com os prêmios recebidos pelo executivo nas paredes da sala.
Intel é uma junção dos nomes “Integrated” e “Electronics” que, em tradução, significa Integrados e Eletrônicos – uma alusão à base da empresa: microchips — que são, basicamente, os circuitos integrados usados para construir processadores.
Na foto acima, o engenheiro Andy Grove aparece ao lado de Robert Noyce e Gordon Moore, em 1978, na Intel.
Grove, que trabalhou com ambos os executivos na Fairchild Semiconductor, integrou a equipe da Intel logo na fundação, desde o dia 1, e teve uma participação fundamental na “revolução da computação pessoal” que a empresa liderou. Posteriormente, ele assumiu também como terceiro CEO da companhia.
A conhecida Lei de Moore
Você pode até nunca ter ouvido falar de Gordon Moore, mas se você gosta de tecnologia é virtualmente impossível não ter ouvido falar sobre a Lei de Moore — sim, o nome não é à toa.
Gordon foi a mente por trás da “Lei” que previa que o número de transistores em um circuito integrado dobraria a cada dois anos, algo que ficou conhecido como Lei de Moore e cujas características serviram de base para todo o desenvolvimento da indústria de semicondutores ao longo dos anos e, consequentemente, da tecnologia como um todo.
“Gordon Moore definiu o setor de tecnologia por meio de sua percepção e visão. Ele foi fundamental para revelar o poder dos transistores e inspirou tecnólogos e empreendedores ao longo das décadas. Nós da Intel continuamos inspirados pela Lei de Moore e pretendemos persegui-la até que a tabela periódica se esgote”, afirmou Pat Gelsinger, atual CEO da Intel.
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