Nesta última quarta (4) o blog KaBuM! participou do primeiro encontro da Kyndryl com a imprensa aqui no Brasil. Durante o bate-papo, executivos da empresa falaram sobre a trajetória da companhia – que se originou na IBM –, os desafios e aprendizados do novo negócio, e os objetivos da marca daqui em diante.

Mas afinal, o que é a Kyndryl?

Oficializada em novembro de 2021, a Kyndryl é um spin-off da área de infraestrutura de serviços da IBM, agindo como um grande integrador de soluções de dados, segurança e nuvem de parceiros para atender às necessidades de negócios de seus clientes.

Mais do que isso, a empresa já nasceu com um título pomposo: o de maior companhia de serviços de infraestrutura de TI do mundo. É uma ótima forma de estrear no mercado, mas também um grande peso para se construir em cima disso.

Asset nº 1: pessoas

Embora a ideia do evento tenha sido comentar principalmente sobre os primeiros 6 meses de vida da Kyndryl como um negócio solo, a história do empreendimento que já nasceu massivo em seu segmento nasceu bem antes disso.

Segundo Frank Koja, diretor-geral da companhia no país, as primeiras conversas sobre a realização de um spin-off da área de serviços da IBM começaram em meados de outubro de 2020 e o projeto foi tomando forma aos poucos, primeiro com o codinome NewCo.

Kyndryl

Frank Koja (Imagem: Kyndryl)

Levaria muitos meses até que a NewCo se tornasse a Kyndryl, e, por isso, houve toda uma preocupação em conversar com os profissionais que trabalhavam da unidade de serviço da IBM – chamada de GTS – para tirar dúvidas, reduzir anseios e preparar terreno para o que estava por vir.

“Quando você sai de uma unidade de negócios dentro de uma empresa de tecnologia e se torna uma empresa de serviços, seu recurso mais valioso são as pessoas”, explica Koja. O executivo conta que foram criados squads dentro da área para não só atacar desafios e oportunidades dessa transição, mas também permitir que todos pudessem se envolver de alguma forma com o projeto.

Esse foco do que seria a base da Kyndryl nas pessoas que compunham o negócio se pagou inúmeras vezes. Primeiro, com a criação de uma cultura forte que antecipou até mesmo diretrizes globais da companhia. Depois, com resultados diretos para a viabilidade e o futuro da empresa.

Parceria no sentido real da palavra

Durante o papo com a imprensa, Koja revelou que a mudança de IBM para Kyndryl exigiu que houvesse uma conversa franca com cada um dos clientes da área, explicando como funcionaria a migração, as mudanças de contrato e outras particularidades da mudança de prestador de serviço.

Em muitos casos, como o negócio tinha sido fechado diretamente com o departamento de GTS da IBM, tratava-se de uma mera mudança de CNPJ – para simplificar um pouco mais a explicação. Em outros, no entanto, era preciso dividir o contrato em 2, uma vez que o cliente continuaria usando algumas das ferramentas e dos recursos da própria IBM.

Independentemente do caso, o diretor-geral da Kyndryl no Brasil explica que a frase mais ouvida durante o papo com os clientes era: “ok, mas a pessoa que me atende hoje com vocês é a mesma que vai estar comigo na nova empresa?”. A confirmação de que, sim, isso aconteceria, pareceu acabar com quaisquer dúvidas.

“A pessoa que me atende hoje com vocês é a mesma que vai estar comigo na nova empresa?”

O resultado disso é que 100% dos antigos clientes de GTS migraram para a Kyndryl e todos eles mantiveram a parceria ao longo desses primeiros 6 meses de vida da companhia.

Modelo de negócios

Esse foco nas pessoas como catalisadores de negócios é reforçado na fala de Cesar Saraiva, Alliance Leader da empresa no Brasil. “Não temos um produto ou tecnologia própria, como acontecia na IBM”, analisa. Sendo assim, as vantagens de um integrador como a Kyndryl é utilizar a expertise técnica e interpessoal de seus colaboradores para viabilizar projetos.

Saraiva lembra que, além das pessoas, a Kyndryl agora conta com um catálogo muito maior de parceiros e ferramentas de terceiros que podem ser usadas para atender às necessidades de seus clientes.

Cesar Saraiva

Cesar Saraiva (Imagem: Kyndryl)

Desde que foi inaugurada, a companhia já engatou parcerias importantes com diversos players do mercado que eram concorrentes diretos de sua ex-empresa-mãe, como Microsoft, Amazon, Google e tantas outras.

A visão mais holística e agnóstica permite oferecer soluções bem mais amplas e flexíveis no gerenciamento de dados, armazenamento em nuvem e segurança da informação.

Kyndryl AWS

A Kyndryl em números

Embora ainda tenhamos poucos dados locais sobre a empresa, dá para dizer que os números globais da Kyndryl justificam o título de “maior companhia de serviços de infraestrutura de TI do mundo”.

Afinal, a marca já iniciou suas operações com aproximadamente 90 mil profissionais em mais de 60 países e cerca de 4 mil clientes. A separação da IBM também possibilitou que a Kyndryl abordasse novas oportunidades, visando uma expansão de mercado de US$ 240 bilhões pré-spin para US$ 510 bilhões até 2024.

No Brasil, a Kyndryl tem um Centro Tecnológico sediado em Hortolândia, no interior de São Paulo. O local também abriga os datacenters da empresa, que ocupam um espaço aproximado de 10 mil metros quadrados – praticamente um campo de futebol.

A nova companhia já apoia a infraestrutura de TI de cerca de 20% de toda a produção de aço no Brasil, além de dar suporte aos serviços de 40% das empresas de varejo de alimentos e mais da metade do mercado nacional de varejistas não alimentares.

Isso significa que a marca está presente nos bastidores de muita coisa que o usuário final utiliza no seu dia a dia, seja na hora de comprar algo no mercado ou fazer pedidos pela internet.

Por fim, a empresa já contratou mais de 500 pessoas no país e está com 250 vagas abertas para as mais diversas áreas e posições dentro da empresa.

O que há no futuro?

No evento, a Kyndryl anunciou sua primeira parceria nacional desde que foi formada: a aliança com a Digibee, startup que levantou recentemente US$ 25 milhões em uma rodada de investimento Série A liderada pelo Softbank e que aposta em soluções de integração em nuvem para grandes negócios.

Além disso, Koja explica que a empresa segue ampliando as ofertas de negócios feitas junto a seus clientes de base ao mesmo tempo em que tem uma vice-presidência inteiramente dedicada a novos clientes.

O objetivo, aqui, é não só potencializar cada vez mais a digitalização de seus antigos parceiros, mas também trabalhar de forma arrojada para aportar valor a novos negócios que podem, de uma forma ou de outra, acelerar a transformação digital do mercado e impactar diretamente uma sociedade cada vez mais conectada.

E aí, você já tinha ouvido falar da Kyndryl? Deixe sua opinião e suas dúvidas em relação a essa nova empresa mais abaixo, na seção de comentários do blog KaBuM!!

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