Entenda como a inteligência artificial muda produção de proteína animal
Investimento no setor deve saltar de US$ 1 bilhão em 2020 para US$ 4 bilhões em 2026, segundo uma pesquisaBy - Alessandra Montini, 11 julho 2023 às 20:21
Que o agro é tech, todo mundo já sabe. Felizmente, a tecnologia chegou a esse setor e os produtores souberam fazer bom uso dela, transformando radicalmente a maneira de trabalho no campo, automatizando diversas tarefas e mantendo o Brasil em constante expansão.
Inclusive, a inteligência artificial (IA) tem sido muito utilizada na agropecuária e o investimento no setor deve saltar de US$ 1 bilhão em 2020 para US$ 4 bilhões em 2026, segundo projeções da MarketsandMarkets.
Na produção de proteína animal, a IA é uma grande aliada, já que ela permite o monitoramento contínuo de animais em tempo real. Sensores, câmeras e algoritmos podem ser usados para rastrear o comportamento, a saúde e o bem-estar dos animais — detecção de doenças, lesões, padrões de alimentação e até mesmo o estresse. Com essas informações, os produtores podem intervir rapidamente, melhorar a saúde e o conforto dos animais e prevenir problemas antes que se agravem.
Além disso, é possível desenvolver sistemas de alimentação personalizado, o que permite analisar os dados sobre o desempenho individual dos animais, combinando informações sobre genética, idade, peso, saúde e demandas nutricionais específicas. Com base nessas informações, a alimentação pode ser ajustada de forma precisa para atender às necessidades de cada animal, melhorando a eficiência alimentar e a saúde geral.
A inteligência artificial tem um papel importante na seleção genômica, já que consegue analisar uma grande quantidade de dados genéticos e identificar os animais com maior potencial produtivo. Essas informações ajudam os produtores a tomarem as decisões mais assertivas sobre cruzamentos, progresso genéticos e até mesmo melhorando a qualidade do rebanho.
Outro ponto importante é que algoritmos treinados podem detectar padrões e sinais de doenças, como infecções, problemas respiratórios e anomalias comportamentais, o que permite uma intervenção rápida, tratamento adequado e prevenção de surtos, reduzindo o impacto de doenças na produção animal.
É possível, por meio da IA, otimizar a cadeia de suprimentos agrícola, rastreando e gerenciando a produção, armazenamento, transporte e distribuição de alimentos. Isso ajuda a reduzir desperdícios, melhorar a eficiência logística e garantir a segurança alimentar.
Ainda, é possível reduzir o desperdício, diminuir o uso de recursos naturais, como água energia e minimizar o impacto ambiental.
São inúmeros os benefícios de investir em inteligência artificial na produção de proteína animal e é um diferencial competitivo para os produtores rurais que quiserem ser vistos e trilhar nesse setor que está em constante expansão.
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Alessandra Montini é diretora do LabData da FIA – Laboratório de Análise de Dados; consultora em Projetos de Big Data e Inteligência Artificial, Professora de Big Data; Inteligência Artificial e Analytics; professora da Área de Métodos Quantitativos e Informática da FEA; Coordenadora do Grupo de Pesquisa do CNPQ: Núcleo de Estudo de Modelos Econométricos e Núcleo de Estudo de Big Data; e parecerista do CNPQ e da Fapesp.
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