Se tudo correr conforme o que é especulado, restam poucos meses até que a Apple anuncie o seu aguardado headset de realidade mista (AR/VR) no WWDC, em junho. O curioso, no entanto, é que a big tech pode não estar animada o suficiente com a estreia do produto e acredita até mesmo em um fracasso inicial.

Pode soar estranho não se empolgar com um dispositivo — que possivelmente terá nome de Reality Pro — esperado para chegar ao mercado com chip M2, mais de 10 câmeras, tela VR de alta resolução, além de serviços 3D e sua própria versão do metaverso.

Mas de acordo com Mark Gurman, da Bloomberg, o headset foi mais uma vez apresentado para 100 executivos da alta cúpula da Apple. E apesar de uma demonstração chamativa, parece que um clima de desconfiança está no ar.

Headset Apple

Imagem: Reprodução/Antonio de Rosa

Isso porque o novo wearable da marca será diferente dos lançamentos de sucesso anteriores. Mac, iPod, iPhone e Apple Watch são exemplos de versões melhores de produtos já familiarizados. Mas para o headset de realidade mista, a big tech terá de justificar a aquisição do produto.

E pode ser um grande desafio lançar um dispositivo vestível que ainda não possui um super aplicativo chamativo, que vai exigir a troca de bateria a cada duas horas, que deve trazer conteúdos limitados (inicialmente) e que ainda é visto como desconfortável por alguns testadores.

Mas o ponto principal da preocupação é em relação ao preço. Corre nos bastidores que o headset será lançado por cerca de US$ 3 mil (cerca de R$ 15.719 em conversão direta). E lançar um produto com este preço e para um mercado ainda não comprovado é visto como algo relativamente arriscado.

Não à toa, o New York Times afirma que alguns funcionários deixaram a Apple por duvidar do potencial do produto. E não à toa, Gurman menciona que a própria big tech prevê um fracasso na estreia, com uma receita de “apenas” US$ 3 bilhões — valor que mal daria lucro para a empresa, tendo em vista os gastos envolvidos na produção.

Apple espera trajetória de headsets semelhante à do Apple Watch

Mas se a expectativa é de um fracasso inicial com os headsets VR e AR, a big tech espera que estes produtos cresçam com o passar do tempo, a exemplo do desenvolvimento alcançado pelo Apple Watch.

Os relógios inteligentes da maçã começaram em ritmo lento, sem muitos aplicativos, com interface confusa e sem um propósito definido. Posteriormente, a big tech otimizou o sistema operacional, deu espaço para apps de terceiros e os dispositivos ganharam destaque como um rastreador de condicionamento físico.

Imagem do Apple Watch Series 7

Imagem: divulgação/Apple

Ou seja, a companhia espera despertar a curiosidade da comunidade neste primeiro lançamento e depois desenvolver o setor com outros headsets e óculos de realidade AR/VR.

Mas querendo ou não, essa estratégia vai depender da primeira impressão deixada pelo headset de realidade mista. E como isso vai ser, só o tempo dirá.

Via: Bloomberg e TechSpot

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