Depois das deliberações e votações, os membros do SAG-AFTRA, que controla as relações sindicais de atores de filmes e séries, votaram a favor da inclusão dos videogames nas atuais greves que começaram em maio deste ano.

De acordo com o comunicado da entidade sindical, 98,32% dos 34.687 participantes justificaram seus votos a favor afirmando que estão em negociações com “diversas empresas do setor dos videogames” desde 2022, para adquirir melhores condições de trabalho para atores, dubladores e dublês que trabalham no desenvolvimento dos jogos. Isso não implica na realização automática de uma greve no setor, mas que, se quiserem, eles poderão parar a partir de hoje (26)

Foto mostra os atores Steve Buscemi, Brendan Fraser e Christian Slater durante piquete grevista organizado pelo SAG-AFTRA

Atores Steve Buscemi (esq.), Brendan Fraser (centro) e Christian Slater (dir.) à frente de piquete grevista organizado pelo SAG-AFTRA: entidade sindical aprovou a participação dos profissionais dos games nas paralisações (Imagem: lev radin/Shutterstock)

O SAG-AFTRA também ressaltou que já vinha conversando com empresas como Activision, Blindlight, Disney Character Voices, Electronic Arts, Epic Games, Formosa Interactive, Insomniac Games, Take-Two Productions, VoiceWorks Productions e Warner Games, mas que as companhias “recusaram-se a concordar com termos essenciais às demandas dos membros”.

As exigências do sindicato para os membros da indústria de jogos são as mesmas feitas para os atores de outros campos: reajuste salarial acima da inflação vigente nos EUA e termos de contrato revisados para a proteção dos profissionais contra a exploração excessiva de trabalho em relação às ferramentas de inteligência artificial (IA).

Este último ponto carece de uma explicação mais detalhada: no campo dos filmes e séries, alguns estúdios sinalizaram a pretensão de usar tecnologias de IA generativa para “clonar” vozes e rostos de atores sem contratá-los para papéis futuros – assim, eles ganham em cima da imagem e voz do profissional, sem ter que pagar a remuneração contratual (vulgo “cachê”), já que ele não “estaria” no set. Nos games, a preocupação também foi estendida após empresas como Ubisoft anunciarem o uso de ferramentas do gênero para o desenvolvimento de roteiros.

SAG-AFTRA corresponde só aos atores, mas paralisação de roteiristas pode estar perto do fim

É importante ressaltar que a greve, de uma forma geral, tem duas partes distintas: o que cabe ao SAG-AFTRA refere-se especificamente a atores, dubladores e, agora, dublês e captadores de movimentos. A outra parte – na verdade, a parte que começou tudo isso – corresponde à WGA, a guilda que resguarda direitos trabalhistas para roteiristas e narradores de Hollywood.

Esta última, recentemente, passou por uma reunião com representantes dos sindicatos patronais (ou seja, pessoal a serviços dos grandes estúdios) e, embora os termos dessa reunião não tenham sido divulgados, a WGA ressaltou que as conversas foram “excepcionais”, sinalizando um resultado positivo.

De acordo com a entidade, no entanto, os termos discutidos ainda precisam ser aprovados em votação interna entre os membros da guilda. Os parâmetros de aprovação não foram divulgados neste primeiro momento. Desde o último domingo (24) piquetes e manifestações foram suspensas, mas o retorno ao trabalho

Só para deixar claro: ninguém vai voltar ao trabalho até que tudo seja especificamente autorizado pela guilda. Nós ainda estaremos em greve até isso acontecer”, disse um e-mail enviado pela WGA à Variety.

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