O sonho de processadores e GPUs mais baratas em 2022 ficou “no quase” e não deve se concretizar. Embora o mercado esperasse uma melhora no cenário de crise dos chips, a TSMC, maior fabricante de semicondutores do mundo, acaba de anunciar que planeja aumentar os preços de seus componentes.

De acordo com o portal gringo DigiTimes, a multinacional taiwanesa informou aos seus maiores clientes (incluindo Nvidia e AMD, é claro) que estuda aumentar o valor de seus chips em até 20%. Naturalmente, essa alta seria repassada para os consumidores finais por meio de CPUs e GPUs mais caras.

A alta não parece estar relacionada a problemas financeiros da companhia — até porque a TSMC reportou um crescimento de 16,4% de seu lucro trimestral em comparação com o ano anterior. Na verdade, a fabricante revelou que a alta dos preços está relacionada a fatores como escassez de componentes em virtude da pandemia, custos de material e até frete e logística.

De certo modo, a justificativa faz sentido. A TSMC depende de outras empresas para muitas de suas ferramentas de fundição e, recentemente, a ASML sofreu um incêndio em sua fábrica de Berlim que interrompeu temporariamente as remessas de equipamentos avançados de litografia.

Ainda assim, o ocorrido deveria significar um atraso de planos e remessas da taiwanesa, e não um aumento de preços no curto prazo.

CPUs, GPUs e celulares devem ficar mais caros

A notícia é recebida como um verdadeiro balde de água fria para o mercado. Um reporte recém-divulgado pelo Digitimes Asia apontou que as remessas globais de GPUs devem aumentar em 10% ao longo deste ano. Isso deveria ajudar a baratear o preço das placas de vídeo, mas ao que parece, uma nova previsão terá de ser feita.

Empresas como AMD e Nvidia dependem fortemente da TSMC para suas fabricações. Atualmente, as companhias utilizam a arquitetura de 7 nm da taiwanesa, mas os novos produtos devem ser atualizados para o nó de 5 nm. Se os produtos já estão caros agora, imagina como será quando tiverem hardwares de maior capacidade — e após a alta?

E neste ponto, nem mesmo a Apple se safa do aumento. A big tech é considerada o maior cliente da TSMC e supostamente concordou em pagar preços mais altos para garantir o início da produção de wafers para sua próxima geração de SoCs A16. Na prática, os iPhoners devem observar preços ainda mais “salgados”.

Importante lembrar que isso ainda são planos da TSMC. Em contrapartida, dificilmente a companhia divulgaria algo que não estivesse próximo de se concretizar. Fato é que a busca por eletrônicos, smartphones, processadores e GPUs com preços menores pode ficar apenas no imaginário dos consumidores.

Ao que parece, torcer por dias melhores pode não ser o suficiente.

Via: PCWorld

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