A proposta do Google de rejeitar uma ação judicial coletiva alegando invasão de privacidade de milhões de pessoas ao rastreá-las secretamente foi negada por uma juíza distrital dos Estados Unidos na segunda-feira (7). O processo abrange usuários do Google desde junho de 2016.

De acordo com a conclusão de Yvonne Gonzalez Rogers sobre o caso, os usuários não consentiram permissão ao Google sobre a coleta de informações do que cada um deles visualizavam online, já que a unidade da Alphabet nunca disse explicitamente que o faria.

Google

Imagem: Shutterstock

Os autores da ação proposta de US$ 5 bilhões alegam que cookies, aplicativos e análises conduzidas pela empresa de Mountain View permitiam que ela rastreasse as atividades, mesmo quando se utilizavam do modo ‘Incognito’ (navegação privada) no navegador do Google, o Chrome.

O que permite à gigante das buscas saber o suficiente sobre amigos, hobbies, comidas favoritas, hábitos de compra e “coisas potencialmente embaraçosas” que eles procuram online, tornando-se “um tesouro irresponsável de informações tão detalhadas e expansivas que George Orwell nunca poderia ter sonhado”.

A ação contra o Google busca abranger usuários dos serviços desde 1º de junho de 2016, indenizando cada usuário em pelo menos US$ 5 mil por violações de leis federais de escutas telefônicas e de privacidade da Califórnia.

A decisão de Gonzalez Rogers foi recebida com elogio por David Boies, advogado dos atores da ação — “um passo importante na proteção dos interesses de privacidade de milhões de americanos”.

Programa piloto do Google paga usuários em troca de históricos de navegação, diz atores de processo

De acordo com a decisão de 36 páginas, Rogers disse que os atores demonstraram que havia um mercado para seus respectivos dados, citando um programa piloto do Google no qual a empresa troca históricos de navegação dos usuários por US$ 3 por dia.

“Considerados como um todo, existe uma questão discutível sobre se esses escritos criaram uma promessa executável de que o Google não coletaria os dados dos usuários enquanto eles navegassem de forma privada”, escreveu Rogers.

Os limites de coleta de informações também foram discutidos por juiz de Oakland, Califórnia, apontando para várias declarações da empresa, inclusive em sua própria política de privacidade.

Google Chrome

Imagem: Shutterstock

Em defesa, o porta-voz do Google Jose Castaneda, disse que a empresa contestou veementemente as alegações dos autores da ação e que se defenderia vigorosamente contra elas.

“O modo de navegação anônima no Chrome lhe dá a opção de navegar na Internet sem que sua atividade seja salva em seu navegador ou dispositivo”, disse ele. “Como afirmamos claramente cada vez que você abre uma nova guia anônima, os sites podem ser capazes de coletar informações sobre sua atividade de navegação durante a sessão.”

 

Via Reuters

 

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