A Samsung revelou o Galaxy S23 e suas variantes na última semana, durante o evento Galaxy Unpacked. Uma coisa que chamou atenção foi a presença de vários modelos de armazenamento interno, em variados tamanhos. Hoje, podemos ter uma ideia do motivo.

Segundo visto pelo Ars Technica, cerca de 60 GB de espaço interno fica “reservado” para fins de repartição. Em termos leigos: instalação do Android. Esse valor é meio grandinho, considerando que smartphones como o Pixel, do Google, usam até cinco vezes menos que isso.

Samsung Galaxy S23 Ultra

Imagem: divulgação/Samsung

No caso da Samsung, isso pode não fazer diferença alguma, ou fazer toda a diferença: como você viu aqui, o novo flagship da sul-coreana vem em versões que vão de 128 GB até 1 TB de espaço – se você tem dinheiro para bancar a versão com mais armazenamento interno, então 60 GB não será nenhum incômodo, ao passo que a versão mais básica vai sacrificar quase a metade do seu espaço.

A propósito, a versão mais “parruda” – o Galaxy S23 Ultra – custa algo perto de R$ 13 mil.

O problema é um que críticos da Samsung já haviam apontado várias vezes antes: os aparelhos da empresa não rodam o Android puro, mas sim uma versão chamada “Samsung OneUI” – um sistema customizado pela própria empresa em cima do código aberto do Google.

E a Samsung OneUI vem recheada de aplicações pré-instaladas, as quais em sua maioria não podem ser removidas. Essas aplicações “de encher linguiça”, como diz a expressão popular, têm um nome: bloatware. Mas isso vai mais além do que simplesmente lotar o aparelho de apps.

Primeiramente, alguns desses apps são espelhados do Android comum: no caso de navegadores, por exemplo, é comum smartphones como o Galaxy S23 ter dois – o Chrome (Android) e o Samsung Internet Browser (Samsung). O mesmo vale para teclados, lojas de aplicativos (Play Store e Galaxy Store) e alguns outros.

E tem a parte que o usuário comum não vê: a Samsung é conhecida por deixar espaços no código da Samsung OneUI como “pontos de venda”, a fim de que partes interessadas possam adquirir essas lacunas vazias para que seus apps já venham sinalizados dentro do aparelho, como é o caso dos apps oficiais do Facebook, Instagram, Twitter e outros exemplos.

A consequência disso: apesar do grande espaço de armazenamento interno, o Galaxy S23 vem com boa parte dele ocupada de fábrica. E como nenhuma versão do aparelho conta com expansão independente de memória (ou seja, sem espaço para cartões micro-SD, por exemplo), compradores da versão de base do smartphone poderão ter que lidar com um gerenciamento mais fino de “o que excluir e o que deixar” se quiserem economizar ou liberar espaço.

Ah, e as fotos tiradas pela lente de 200 megapixels (MP) do aparelho podem variar entre 20 MB e 40 MB, segundo o IceUniverse. Na média, o tamanho é pequeno: mas ainda assim, para quem tem a versão com 128 GB, isso pode ser…problemático.

O Samsung Galaxy S23 chegará ao Brasil a partir do dia 9 de fevereiro – próxima quinta-feira. As pré-vendas do aparelho estão abertas desde o dia 1º.

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